Lagos na região do Macacoari, no Amapá, estão se transformando em rios
Locais que antes tinham cerca de 1,50m de profundidade agora atingem 50 metros. Paisagem está mudando radicalmente, inclusive com surgimento de espécies que não existiam na região.
Imagens gravadas pelo ex-prefeito de Itaubal, Leopoldo Teixeira, divulgadas com exclusividade pelo programa LuizMeloEntrevista (DiárioFM 90,9) desta quinta-feira (14) mostram um fenômeno até então não registrado oficialmente: lagos na região do Macacoari, no município de Itaubal (AP) estão se transformando em rios; locais que antes tinham cerca de 1,50m de profundidade atingem agora 50 metros. A paisagem está mudando radicalmente, inclusive com o surgimento de espécies que não existiam na região.
De acordo com Leopoldo Machado, se por um lado o fenômeno levou “muita beleza” ao local, por outro lado é preocupante: “Dizem que o Nordeste vai virar mar, mas a realidade mostra que lagos da região do Macacoari estão virando rio; quando prefeito, eu tinha essa preocupação, fiz projeto de impactos ambientais, mas infelizmente quando a gente sai, outro prefeito não segue o mesmo entendimento; onde estou sentado (imagem), antes era área de ressaca, era lago, tipo a Lagoa dos Índios (localizada na Zona Norte de Macapá), com cerca de 1 metros e meio, mas hoje tem 50 metros de profundidade”, comentou.
Para Leopoldo Machado, o fenômeno ocorre por causa da invasão das águas do rio Amazonas: “Tenho um terreno no Macacoari e eu estava na mata quando ouvi uma zuada (barulho) e me dirigi pra lá, defrontando-me com uma verdadeira cachoeira (imagem). O rio Amazonas está invadindo o lago, surgindo várias espécies que não haviam antes, como marrecos e guarás; a beleza natural compensou um pouco, mas não compensa o que estamos perdendo de terra; o lago, antes estreito, agora tem largura de cerca de 250, 300 metros; o avanço da água é preocupante. Quando começou isso tinha muito peixe, inclusive pirarucu”.
Estudioso da área ambiental, Leopoldo Machado pediu mais atenção dos órgãos ambientais para a região: “Hoje se pega camarão na porta de casa no meu terreno, onde antes não havia camarão; todos esses anos não havia qualquer preocupação de órgãos ambientais com relação à degradação do meio ambiente, mas estou mais feliz hoje porque pesquisadores da Ueap (Universidade Estadual do Amapá), entre eles minha filha, cujo TCC tem como tema os impactos ambientais, estão atuando na área; ao contrário do que alguns pesquisadores defendem, a culpa de tudo isso não é dos búfalos, há várias outras causas que merecem ser estudadas, e peço às entidades pertinentes que atuem”.
Deixe seu comentário
Publicidade