Política

Teles Junior diz que política externa inaugurada com visita de Bolsonaro a Trump é prejudicial para o Brasil

Segundo o economista, eventual ingresso na OCDE, proposto por Trump e já sinalizado positivamente por Bolsonaro, deixará o país sem os benefícios da Organização Mundial do Comércio.


Em entrevista exclusiva concedida nesta terça-feira (20) ao programa LuizMeloEntrevista (DiárioFM 90,9), o economista Teles Junior disse que a política externa inaugurada com a visita de Bolsonaro a Trump deixa o Brasil “de quatro” para os Estados Unidos, porque faz muitas concessões sem receber qualquer tipo de contrapartida. Uma dessas concessões diz respeito à liberação do visto, cuja política norte-americana é mantida, com todas as dificuldades impostas pelos EUA.

O economista também afirmou que é contrário ao ingresso do Brasil na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), proposta por Donald Trump, e já com aceno positivo de Jair Bolsonaro, porque no entendimento dele, o país perderia os benefícios da Organização Mundial do Comércio (OMC), da qual é membro e recebe tratamento de país em desenvolvimento.

“O ingresso do Brasil na OCDE significaria a perda dos benefícios que o país possui no mercado internacional; esse é o principal ponto de divergência, porque automaticamente o Brasil perderia a condição de membro da OMC, onde recebe tratamento de país em desenvolvimento, enquanto que integrando  a OCDE o tratamento seria de país desenvolvido.

Teles Júnior declarou que é contrário à política que começa a ser estabelecido por Bolsonaro em relação aos Estados Unidos. “Essa política desconsidera o princípio da reciprocidade; pelo menos eu não vi nada de concreto, salvo na fala do ministro Paulo Guedes (Economia), que foi muito incisivo dizendo que se (os EUA) quiserem que o Brasil reduza a participação da China no comércio exterior, então os EUA devem ampliar as compras do Brasil; discordo com veemência e espero que o Congresso (Nacional), através dos nossos representantes, possa colocar um pouco de lógica na no posicionamento do governo brasileiro”, argumentou.


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