Política

Justiça Federal marca data para interrogatório de ex-superintendente do IMAP

Ex-superintendente foi preso preventivamente no dia 14 de fevereiro deste ano acusado de comandar um esquema que reduzia multas para beneficiar produtores de soja no Amapá.


Paulo Silva
Editoria Política

O juiz Jucélio Fleury Neto, da 4ª Vara Federal Criminal do Amapá, marcou às 10h do dia 9 deste mês a audiência de instrução e julgamento para realização do interrogatório de Bertholdo Dewes Neto, ex-superintendente do Instituto do Meio Ambiente e Ordenamento Territorial do Amapá (Imap), preso em fevereiro deste ano pela Polícia Federal (PF) durante a Operação Shoyu. Na mesma audiência ocorrerá a oitiva da testemunha Rosemara Silva Souza.

Caberá ao Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen), por meio de equipe operacional, fazer o translado do preso (Bertholdo), antes, durante e depois da audiência, para comparecer à audiência, devendo o preso e a equipe estar 30 minutos antes da hora designada para realização da audiência tendo em vista a necessidade de qualificação dele.

Bertholdo Dewes Neto, superintendente do IMAP em 2017, foi preso preventivamente no dia 14 de fevereiro acusado de comandar um esquema que reduzia multas para beneficiar produtores de soja no Amapá. Estima-se que as fraudes tenham provocado aos cofres públicos danos de cerca de R$ 7 milhões. A operação foi deflagrada durante investigação do Ministério Público Federal (MPF).

De acordo com o MPF, a investigação apontou que Bertholdo Neto comandaria uma organização criminosa dentro do Imap, e que “partiram dele determinações para que servidores do órgão simulassem autuações a produtores de soja por ausência de Autorização de Supressão Vegetal (ASV). O intuito era tornar sem efeito autos de infração anteriormente emitidos pelo Ibama pela mesma irregularidade”.

A investigação aponta ainda que foi realizada uma reunião na sede do Ibama em Brasília, em junho de 2017, com uma comitiva do governo e dois representantes do ramo da soja, para tratativas em torno de interesses dos empresários, como o desembargo das áreas. A atuação seria supostamente recompensada com financiamento de R$ 500 mil para a campanha de Bertholdo, que seria candidato nas Eleições 2018, o que acabou não acontecendo.


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