Polícia

Desembargador federal manda soltar advogado do Amapá acusado de comandar esquema de fraude no INSS

Edir Benedito Nobre Cardoso Júnior estava preso desde maio como alvo da Operação Ex Tunc


Desembargador federal Olindo Menezes, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1)

Paulo Silva
Editoria de Política

O desembargador federal Olindo Menezes, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), determinou que o advogado Edir Benedito Nobre Cardoso Júnior, preso desde maio, seja colocado em liberdade caso não esteja na cadeia por outro motivo.

Advogado Edir Benedito Nobre Cardoso Júnior

Edir Benedito é acusado de comandar uma organização criminosa que fraudou em pelo menos R$12,5 milhões o recebimento do auxílio-reclusão pago pelo INSS no Amapá. Ele deve comparecer periodicamente ao Juízo federal no Estado; comunicar mudança de endereço; não manter contatos com investigados ou testemunhas e não se ausentar por mais de dez dias de sua residência sem comunicar ao Judiciário.

Em 25 de julho, durante a 4ª fase da Operação Ex Tunc, deflagrada pela Polícia Federal (PF), foram apreendidos aparelhos celulares utilizados por Edir Benedito Nobre Cardoso Junior, no Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen). Na cela, também foi encontrado um pendrive.

Segundo apurado pela PF, de dentro do Iapen, o advogado tentava obstruir as investigações. Ele teria orientado comparsa a forjar depoimento à autoridade policial para imputar as acusações a outro envolvido no esquema. O acesso aos dados dos equipamentos apreendidos, autorizado pela Justiça, deve confirmar os indícios, além de indicar novos fatos.

O esquema comandado por Edir Junior consistia em arregimentar apenados recolhidos no Iapen com promessa de recebimento do benefício do auxílio-reclusão. Ele e outras quatro pessoas recrutavam mulheres para se passarem por companheiras dos detentos e mães de falsos dependentes. Em alguns casos, falsificavam a data de início do cumprimento da pena do interno para receber valores retroativos. Com isso, o INSS pagava entre R$ 50 mil e R$ 100 mil, muitas vezes em parcela única. Os valores eram divididos entre os envolvidos no esquema.


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