Sepultado em Oiapoque corpo de brasileiro morto por militar da Legião Estrangeira na Guiana Francesa
Vítima, de 27 anos, foi morta com tiro pelas costas. Gleibson Lopes transportava mercadorias pela mata quando foi cercado com companheiros pelos militares na região de Camopi.

Foi sepultado nesta terça-feira (24) na comunidade de Ilha Bela, em Oiapoque, município distante 590 quilômetros da capital, Macapá (AP), o corpo do brasileiro Gleibson Pereira Lopes, de 27 anos, assassinado no domingo (22) na comuna francesa de Camopi, localizada no departamento ultramar da Guiana Francesa. O suspeito de alvejar Gleibson é um militar da Legião Estrangeira que foi preso.
A vítima trabalhava com o transporte de mercadorias entre Oiapoque e Caiena e foi alvejado durante uma patrulha feita pelos militares franceses dentro de área de mata. “Eles foram cercados pelos militares e o Gleibson ficou pra trás. O policial atirou ele pelas costas, mesmo não estando armado ou reagindo. Foi um assassinato e queremos justiça”, disse a madrasta do brasileiro, Antônio Lucineide Braga, durante entrevista exclusiva na manhã desta quarta-feira (25) ao programa LuizMeloEntrevista (Diário 90,9FM).
A presidente da Comissão de Relações Exteriores (CRE) da Assembleia Legislativa do Amapá (Alap), deputada Cristina Almeida (PSB), afirmou que acompanha o caso e cobra das autoridades respostas para o crime. “É mais um caso de brasileiro morto em território francês e que precisa de respostas. Esses casos tem sido recorrentes. É necessário que se discuta com maior profundidade essa relação entre Oiapoque e Caiena (Brasil e França) na pauta da segurança pública. Estamos manifestando nosso repúdio à ação dos policiais e queremos, além de justiça, uma retratação pública do governo francês”, afirmou a parlamentar.
O caso
Gleibson foi morto no domingo (22) em área de mata. O crime é atribuído a um militar da Legião Estrangeira. O brasileiro foi alvejado pelas costas. Vídeos gravados por amigos de Gleibson, e divulgados em redes sociais, mostram o cadáver na área de mata. Eles o levaram dentro de uma rede até a comunidade de Ilha Bela, no lado brasileiro.
O site Guyane 1 confirmou, em matéria publicada na terça-feira (24), que o militar envolvido na ocorrência foi preso.
O site guianense diz que o promotor da República da Guiana, Samuel Filniez, confirma os fatos em uma declaração: “Os interrogatórios e buscas realizadas como parte da investigação e o feedback da polícia brasileira estabeleceram que essa morte foi resultado de um ato potencialmente criminoso perpetrado por um soldado do exército. O soldado em questão foi preso por homicídio culposo na noite de 23 de setembro de 2019”, declara o promotor.
Em nota, emitida ao Diário do Amapá, o Ministério das Relações Exteriores declarou que: “O Consulado do Brasil em Caiena acompanha o caso. Em atendimento ao direito à privacidade dos envolvidos, bem como à Lei de Acesso à Informação e ao decreto 7.724, o Itamaraty não pode fornecer informações adicionais sobre o assunto”, diz de forma resumida o órgão.
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