Presidente do TJAP diz que tecnologia e medidas protetivas podem ajudar a reduzir a violência contra a mulher
João Guilherme Lages Mendes vai ao rádio apresentar os números e estatísticas da violência contra a mulher no Amapá

Cleber Barbosa
Da Redação
O presidente do Tribunal de Justiça do Amapá (Tjap), desembargador João Guilherme Lages Mendes, foi ao rádio nesta quinta-feira (05) para analisar as estatísticas da violência contra a mulher registradas no último ano. Falando ao programa Café com Notícia, na rádio Diário FM (90,9), disse que os números ainda são preocupantes, mas a mobilização, maior sintonia e o uso da tecnologia especialmente para prevenir que ameaças ou a reincidência das agressões possam fazer mais vítimas no estado.
Ele disse que o problema passa ainda pela discussão sobre o machismo e o preconceito contra a mulher. “A violência contra as mulheres é algo inaceitável, o Judiciário não comunga com isso e em 2019 quando fui eleito o padrinho das mulheres aqui no Amapá pela Frente Parlamentar da Mulheres, que eu milito também e torno disso”, relembra.

O presidente do Tjap informou que colegas como o desembargador Carmo Antônio, que coordena o Núcleo de Combate à Violência contra as Mulheres, no Tjap, estão muito atentos à parte preventiva. “A rede que trabalha a prevenção fazendo um bom trabalho, mas é logico que não podemos garantir cem por cento que não haja violência, afinal não podemos estar ao lado de todas as mulheres o tempo todo”, pondera.
Com relação aos números que chegam ao conhecimento da Justiça, o magistrado disse que os números não contabilizados por conta da falta de notificação efetiva dos podem até ser maiores, mas que em termos de violência doméstica propriamente dita, de lesões corporais, agressões verbais, agressões psicológicas, que não apenas a violência física, totalizaram 4.579 casos novos, sendo que 4.083 foram julgados, com uma pequena sobra que ainda está em apuração este ano.
Proteção
O dirigente da Core Estadual disse que em conjunto com o Ministério Público, o Judiciário vem agindo até certo ponto de maneira célere, seja para julgamentos, seja para a adoção de medidas protetivas eficazes, bem como o acompanhamento das vítimas. “Ontem mesmo estive como o secretário de segurança pública e o delegado-geral de polícia que nos atualizaram sobre o processo de aquisição dos dispositivos de pânico e as tornozeleiras eletrônicas a mais que nós pedimos, que está na Procuradoria Geral do Estado para a emissão de parecer e logo teremos implantado o botão do pânico”, anunciou.
O ano de 2019 registrou oito julgamentos pelo Tribunal do Júri, sobre casos de feminicídio, o que entende ser um prazo muito razoável para os padrões da justiça brasileira. “Em briga de marido e mulher a Justiça vai meter a colher sim”, completou.
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