Política

Randolfe confirma motivação para pedir Impeachment do presidente Jair Bolsonaro

Parlamentar também articula para que o agora ex-ministro Sérgio Moro seja ouvido na CCJ do Senado federal nos próximos dias.


Cleber Barbosa – Da Redação

O senador Randolfe Rodrigues (REDE/AP) confirmou em entrevista no rádio neste sábado as motivações que o levaram a entrar com pedido de abertura de um processo de Impeachment do presidente da república Jair Bolsonaro (sem partido). Falando ao programa Café com Notícia, na Diário FM (90,9) o parlamentar disse que vislumbra fortes indícios da prática de crimes de responsabilidade e até crimes comuns, a partir das revelações feitas pelo agora ex ministro da Justiça, Sérgio Moro.

Ele disse que a princípio não era sua vontade instaurar um processo dessa magnitude, sabidamente ruidoso, desgastante e polêmico, num momento como o enfrentamento da pandemia mundial pelo Coronavírus. “É lamentável, em meio a uma crise que já estamos enfrentando, uma gravíssima crise sanitária com contornos de crise econômica, com consequências dramáticas na vida da população o governo ainda encontra mais problemas para uma crise política, então em uma circunstância como essa”, ponderou.

Randolfe disse que as revelações de Moro são igualmente graves e igualmente preocupantes o presidente da República querer transformar a Polícia Federal em uma polícia para chamar de sua, transformando-a em uma polícia política. “É por isso que protocolamos o pedido ontem”, disse ele, que confirmou também ter dado entrada em um pedido para que Sérgio Moro possa prestar esclarecimentos na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, já há inclusive uma disposição do ex ministro em fazer isso, estamos apenas aguardando apenas que o presidente do Senado concorde que o ex ministro seja ouvido, pois neste período excepcional na pandemia está funcionando de forma remota, através de sessões tele presenciais”, disse.

O senador declarou ainda que até que se abra uma discussão sobre clima ou negociações políticas para conseguir as assinaturas necessárias para a instalação de um processo que poderia afastar Bolsonaro do cargo, é preciso vencer etapas iniciais, como o presidente da Câmara dos Deputados admitir o início do processo de Impeachment, ou não. O segundo passo, diz, é a instalação da Comissão Processante, que pode ser deixada para após o auge da pandemia, quando tiver passada a pior fase da crise epidemiológica.

Randolfe Rodrigues lembra que na verdade quando a anunciada crise do Coronavírus relatada pelo então ministro da saúde, Henrique Mandetta, como também pelo ministro da economia, Paulo Guedes, o parlamentar logo levantou a voz para dizer que não haveria mais governo e oposição no enfrentamento, pois haveriam vidas humanas em risco. “Tenho desde o início me portado assim, procurando trabalhar junto com os governos, inclusive com o governo de Jair Bolsonaro, o que ocorre é que lamentavelmente a sua gestão de lá pra cá e o próprio comportamento do presidente tem sido um foco de crises desnecessárias, como essa com o ministro Moro, pois não haveria razão a essa altura em fazer a substituição do diretor-geral da Polícia Federal, a não ser alguém que não está com boas intenções sobre o funcionamento da PF”, concluiu.


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