Política

Coautor de coletânea econômica defende incremento do mercado de grãos no Amapá

Joselito Abrantes, doutor em desenvolvimento sustentável e professor universitário, diz que aumento da área plantada pode injetar R$ 347 milhões na economia até 2022.


Cleber Barbosa

Da Redação

 

O economista Joselito Abrantes, que é vice-presidente da Agência Amapá de Desenvolvimento do Amapá, falou nesta sexta-feira (14) ao LuizMeloEntrevista (Diário FM 90,9) sobre a boa-nova revelada pela publicação da coletânea “Economia do Amapá, desafios e perspectivas”, de que o PIB do estado, a somatória de todas as suas riquezas, deu um salto e projeta reforçar o PIB do Amapá em 40%.

Ele explicou que um dos fatores para esse crescimento foi a agricultura em escala, processo iniciado ainda no começo desta década no Amapá. “O estudo que nós fizemos, um recorde de 2012 a 2018, pontua o início da produção industrial de soja no estado, saltando de 2,4 mil hectares de área plantada para 22 mil hectares em 2018, com uma produtividade que também registrou um salto de 40 toneladas por hectare em 2012, atingindo 50 toneladas por hectare em 2018, uma produtividade melhor até que Mato Grosso e Paraná”, esclareceu.

Em termos de produção, das 8 mil toneladas iniciais para 57 mil toneladas de soja, as projeções dão conta de que se solucionados os dois principais gargalos do setor, que são o licenciamento ambiental e a regularização fundiária, há uma capacidade de o Amapá alcançar já em 2022 um total de 100 mil hectares de área plantada, o que seriam 278 mil toneladas de grão, numa produção recorde e que impulsionaria a economia do Amapá e todos os setores relacionados, com a injeção de 347 milhões no PIB anual – o equivalente a um aumento de 47% nas riquezas do estado.

São 300 mil hectares de área já desmatada no cerrado, portanto sem nenhuma necessidade de se avançar sobre área de floresta, daí se descortinar um cenário altamente favorável, capaz de atrair novos investimentos para o Amapá, dada as vantagens comparativas e competitivas que o estado ainda apresenta.

O especialista também disse que não vislumbra, num curto prazo, outra modalidade tão o mais rentável que a produção de grãos, como soja e milho, pois a industrialização do Amapá ainda é muito incipiente no estado. “A plantação de grãos, será possível verticalizar essa produção e com isso desenvolver a indústria de produção de alimentos como a avicultura, a suinocultura e a aquicultura, tudo isso vai vir naturalmente, em função das fábricas de ração que já estão chegando, diga-se de passagem, pois com essa ração aqui a um custo bem mais acessível, poderemos dar um salto muito grande, pois era um gargalo para estes setores que poderão deslanchar a partir daí, num desdobramento dos grãos e a expansão do agronegócio”, concluiu.


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