Heraldo Almeida

Grupo Pilão: a força do canto tucuju


Desde 1975, quando surgiu no III Festival Amapaense da Canção (FAC), realizado no auditório da Rádio Difusora de Macapá, o Grupo Pilão iniciou um percurso de valorização e divulgação da música local que influenciou diretamente na criação da identidade musical do Amapá.

Em 25 de setembro daquele ano o Grupo Pilão nascia envolvido em polêmica, se apresentando ao público utilizando um pilão como instrumento de percussão na música “Geofobia”, que foi a canção preferida do público, porém, ignorada e desqualificada pelo júri do Festival.

Fundado por Fernando Canto, Bi Trindade (falecido) e Juvenal Canto, atualmente o grupo é formado por Tadeu Canto, Orivaldo Azevedo, Eduardo Canto, Leonardo Trindade e Fernando Canto.

A maioria das letras das músicas gravadas pelo grupo é de autoria de Fernando Canto. Outros compositores como Bi Trindade, Eduardo Canto, Sílvio Leopoldo e Manoel Cordeiro, têm músicas gravadas nos três discos que compõem a discografia do Pilão.

É importante frisar a presença do maestro Manoel Cordeiro, responsável pelos arranjos atuais e direção musical dos discos. A ideia do grupo sempre foi a valorização da cultura local e popular em todas as suas manifestações. Algumas canções trazem um teor ideológico [de natureza política] que reflete a preocupação de seus componentes com os diversos momentos da ocupação amazônica e as transformações econômicas, ambientais e sociais que o Amapá enfrentou. Um exemplo disso são as canções “Pedra Negra”, sobre a exploração do manganês em Serra do Navio, e, ‘Tumuc-Humac’, sobre a preservação do meio ambiente (ambas de Fernando Canto).

A canção “Quando o Pau Quebrar” (Fernando Canto), participou, em1974, do festival do SESC e TV Itacolomi, em Belo Horizonte  (MG), ficando em 2º lugar. Simbolicamente é um desejo de luta contra a opressão que naquele momento histórico era representada pelo regime ditatorial dos militares.

No contexto histórico estavam a Guerrilha do Araguaia. A grande contribuição do Grupo Pilão para a música amapaense foi, certamente, a pesquisa de ritmos do folclore amazônico, como o marabaixo e o batuque, de origem africana; do coatá e das folias ritualísticas que permitiram a realização do mapeamento musical do Amapá, bem como a difusão da cultura original de cada uma dessas manifestações.

 

 

CALAFETAR: Vedar fendas e pequenos buracos surgidos durante a obra. O mesmo que fechar, tapar e vedar. Ato, processo ou efeito de calafetar, isto é, impedir a passagem de líquidos ou de ar pela vedação, com massa apropriada, de fendas e frestas de pisos, telhados, janelas, portas etc.

 

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Perto da capelinha
Na beira da estrada
Nossa Senhora apareceu pra mim
Não usava o manto e nem a coroa

Renato Teixeira

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  • Songbook

Prefeitura de Macapá dá continuidade ao projeto ‘Mestres da Música’. Breve, lança novos songbooks de artistas tucujus.

O primeiro livro foi do mestre Nonato Leal, em 2019. O próximo será de Amilar Brenha. Na sequência saem publicações de Tiago e Oscar Santos.

 

‘Vida Boa’

Título da música mais conhecida de Zé Miguel, composta em 1991, também nome de seu primeiro disco. A obra é inspirada na vida de um ribeirinho [de Laranjal do Jarí[ quando saia de casa pra trabalhar, por volta das 5h. Momento registrado pelo artista de dentro de um barco. E lá se vão 29 anos.

 

  • É hoje

Neste sábado (14) é dia de lançamento do vídeoclipe e single ‘Sou do Norte, assinado pela cantora Brenda Melo. A autoria da obra é de Finéias Neluty. Lançamento ocorre nas redes sociais da cantora tucuju.

 

  • Quarentena

Cantora pop amapaense, Taty Taylo, está mega feliz com o resultado de sua nova música e vídeoclipe ‘Amor de Quarentena’. Interpretação perfeita de uma artista que ama sua arte. Parabéns.

 

  • Enredo

Piratas Estilizados se organiza para lançar seu enredo do carnaval 2021, mas ainda sem data definida.
Mesmo que a Liesap ainda não tenha se manifestado sobre o desfile do ano que vem, escola segue seu planejamento.

 

  • ‘Mal de Amor’

Obra musical de Val Milhomem e Joãozinho Gomes, ‘Mal de Amor, é uma das baladas de marabaixo mais belas e sentimentais do cancioneiro popular amapaense.
“Hoje dizem que o Nego é uma estrela que vive a cintilar na forração do céu/Em noites de Marabaixo ele brilha como que pra cegar o seu amor cruel…”.

 

  •  Referência

Raimundo Tavares, o ‘Sucuriju’, como gosta de ser chamado, fez história como mestre-sala do carnaval amapaense durante décadas.
“O preto flutuava no ar”, diziam os antigos quando assistiam seus bailados na avenida. Hoje, é o Rei Momo do Carnaval tucuju. Uma grande referência para a nova geração.