Nota 10

Monte Tabor: 30 anos de história e recuperação de vidas no Amapá

Atualmente 192 pessoas vivem na Comunidade, localizada no KM 62 da BR-156. Trabalho voluntário deixado por Tom Sobral, fundador do Monte Tabor, é seguido pelos filhos.


Railana Pantoja
Da Redação

 

Se na sua família ou até você mesmo já teve problemas com algum tipo de vício, seja alcoólico ou com drogas, certamente ouviu alguém dizer que o Monte Tabor resgataria essa vida. Mas, o que é o Monte Tabor?

 

O Monte Tabor é uma casa de recuperação fundada por Tom Sobral, uma figura pública do Amapá, extremamente conhecido por tal ato de solidariedade e amor ao próximo. Mesmo quando foi vereador de Macapá, por dois mandatos seguidos, Tom continuou dedicando-se ao resgate da vida de pessoas viciadas ou que tinham algum desvio de conduta.

Em 2019, após complicações de um câncer no cérebro, Tom Sobral morreu, mas deixou um legado que é continuado pelos familiares. Sabendo da importância que o Monte Tabor tem para o pai e muitos amapaenses, Israelton Sobral, filho de Tom, mantém as ações da comunidade terapêutica.

“São 30 anos de atuação no Amapá. Meu pai [Tom] faleceu vai fazer um ano já, mas a missão não parou. O Monte Tabor, há muito tempo tem sido sustentado só com ajuda de parceiros, doações de empresas e familiares. Deus tem levantado pessoas para ajudar a gente lá e o Monte só tem crescido”, agradeceu Israelton Sobral, que agora se tornou presidente.

Atualmente, 192 pessoas vivem na comunidade, localizada no KM 62 da BR-156. São aproximadamente 130 residentes e 60 obreiros, este último grupo formado por pessoas que já foram alunas do Monte e após a recuperação viraram voluntárias, como forma de gratidão pela nova vida.

 

“Conseguimos resgatar alguns arquivos nossos, do meu pai, e até então 12.892 pessoas teriam passado pelo Monte, ao longo dos 30 anos. Mas, a gente consegue ter um resumo disso e um total de 10 mil famílias diretamente atingidas, ou seja, ajudadas com isso”, disse orgulhosamente.

Como a instituição não tem convênio com governos, toda a assistência dada para quem faz tratamento no Monte depende da solidariedade de diversos profissionais.

 

“A parte de psicologia era diretamente com meu pai e seus parceiros. Hoje, conseguimos levantar uma equipe de psicólogos voluntários e, em média, de três a cinco estarão atendendo nossos residentes. Sobre os médicos, temos uma parceria com a Prefeitura de Porto Grande, que sempre envia alguns médicos, dentistas, vacinas. É claro que nosso sonho é que isso seja bem melhor ainda e a gente tenha uma área profissional médica, que atenda toda semana, mas o trabalho tem sido feito com excelência. Com a graça de Deus não tem faltado equipes de parceiros, sempre tem aquele profissional de bom coração que liga querendo ajudar”, garantiu Israelton.

 

Com 280 hectares de área, alguns projetos sonhados por Tom Sobral para o ambiente ainda serão realizados.

 

“Um dos grandes sonhos dele, e creio que vamos realizar isso, é tornar o Monte Tabor autossustentável. Se a gente conseguiu uma terra com esse tamanho é com um propósito, e a gente quer muito plantar ali para realmente tornar autossustentável e ajudar outras casas de recuperação”, vislumbrou.

 

A rotina de quem vive na casa de recuperação começa logo cedo diariamente, às 6h, com terapias ocupacionais.

 

“6h da manhã no Monte Tabor já toca o sino para o pessoal se levantar, e aí temos atividades. Logo temos algumas terapias, onde uma equipe vai pro paisagismo do Monte, outra vai para a horta, para o tanque de piscicultura, para a roça”, finalizou Israelton Sobral.

 

Para celebrar os 30 anos de história, nos dias 22 e 23 de agosto uma programação restrita aos residentes e familiares do Monte acontecerá numa área externa e aberta da comunidade para evitar aglomerações.


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