Heraldo Almeida

Marapanim: a terra do Carimbó


O Carimbó é considerado um gênero musical de origem indígena, porém, como diversas outras manifestações culturais brasileiras, miscigenou-se recebendo outras influências, principalmente negra. Seu nome, em língua tupi, refere-se ao tambor com o qual se marca o ritmo, o curimbó, feito de tronco de madeira e pele de animal.

Surgida em torno de Belém (PA) na zona do Salgado (Marapanim, Curuçá, Algodoal) e na Ilha de Marajó, passou de uma dança tradicional para um ritmo moderno, influenciando a lambada e o zouk. O município de Marapanim é considerado ‘a terra do carimbó’. Na sede do município e em outras localidades existem dezenas de conjuntos de Carimbó, tais como: Flor da Cidade, Uirapuru, Raízes, Os Brasas de Marapanim, entre outros. O maior compositor de todos os tempos foi um marapaniense, mestre Lucindo Rabelo da Costa, nascido às margens do Rio Cajutuba.

De rara beleza poética, as canções compostas por Mestre Lucindo falavam de mar, lua, sol, mulher, saudade, pescaria, pássaros, afim, de todas essas coisas que fazem parte do cotidiano do paraense nascido e criado na região do Salgado.

Sendo a música preferida pelos pescadores marajoaras, embora não conhecida como carimbó até então, o ritmo atravessou a baía de Guajará com esses pescadores e veio dar em praias do Salgado paraense. Em algumas regiões próximas às cidades de Marapanim e Curuçá, o gênero se solidificou, ganhando o nome que tem hoje.

Maranhãozinho, no município de Marapanim; e Araquaim, em Curuçá, são dois dos sítios que reivindicam hoje a paternidade do gênero, sendo o primeiro o mais provável deles. Em Marapanim, na região do Salgado, nordeste paraense, o gênero é bastante cultivado e acontece anualmente o Festival de Carimbó de Marapanim – O Canto Mágico da Amazônia, no mês de novembro, como lembra, Vanilson Monteiro (Vavá), um dos filhos mais ilustres e apaixonados dessa terra santa e abençoada.

Em setembro de 2014 o carimbó foi reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – Iphan.

 

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É a mãe d’água
É a rainha sereia
O encanto das águas
Mãe do rio

Osmar Júnior

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Poesia

O site da cultura ocantodaamazonia.com está publicando ‘A Poesia da Semana’.

O poeta Mauro Guilherme está na vez com ‘Caramuru Selvagem’. Visite.

 

Inscrições

O Sesc Amapá está com inscrições abertas [até 23 de outubro], para o edital online de credenciamento de propostas de apresentações artísticas de música.

Informações no site www.sescamapa.com.br.

 

Compositor

Ontem (7) foi comemorado o Dia do Compositor Brasileiro. Aqui, faço meu registro em reconhecimento a esses criadores musicais do Amapá, que tornam nossas vidas mais doces com o sabor de suas belas obras.

“Compositores, encham os regadores com lágrimas de amores e reguem flores…” (Joãozinho Gomes/Enrico Di Miceli – CD Amazônica Elegância).

 

Exposição

Acontece a partir desta quinta-feira (08), até o dia 18 de outubro, em Belém (PA), a exposição ‘Conhecer Para Preservar’. É uma homenagem ao Círio de Nazaré.

Imagens fotográficas dos eventos que compõem a manifestação estão disponíveis no Teatro Estação Gasômetro (Av. Governador Magalhães Barata, 830 – São Brás).

Registrado como Patrimônio Cultural do Brasil, o Círio de Nazaré é também reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, pela Unesco. (portal.iphan.gov.br).

 

‘Doce Cantar’

Título de uma belíssima obra musical da cantora e compositora, Ana Martel, registrada no disco (CD) ‘Sou Ana’.

Uma dose de “negras brancas, amarelas…”.

 

‘Canto de Casa’

Nome do projeto da Associação dos Músicos e Compositores do Amapá (Amcap), que valoriza os artistas da música regional tucuju.

Em breve, estará de volta!.

 

Festival

Vem aí o Festival de Música do Meio do Mundo, com assinatura da Associação dos Músicos e Compositores do Amapá (Amcap).

Ainda sem data definida. #NoAguardo.