“Bandido, aqui no Amapá, não se cria e não vai ter 13º”, afirma comandante-geral da PM/AP
Coronel PM Paulo Matias, comandante-geral da Polícia Militar do Amapá, falou sobre ataques do ‘novo cangaço’ em Criciúma (SC) e Cametá (PA), afirmando que no estado amapaense a polícia está devidamente preparada para um enfrentamento à altura.

Elden Carlos
Editor-chefe
Os ataques às cidades de Criciúma, em Santa Catarina (SC), na noite de segunda-feira (30), e Cametá, no interior do Pará (PA), na madrugada desta quarta-feira (02), onde os alvos das quadrilhas foram agências bancárias, tiveram o mesmo ‘modus operandi’ e são ações classificadas como crime do ‘novo cangaço’, uma modalidade de roubo onde o número de integrantes dos grupos pode chegar a mais de 30 criminosos.
O comandante da Polícia Militar do Amapá (PM/AP), coronel Paulo Matias, comentou os casos na manhã desta quarta-feira, durante entrevista ao programa radiofônico LuizMeloEntrevista (Diário 90,9FM). O coronel, que atuou na instalação e comandou o Batalhão de Operações Especiais (Bope), no Amapá, declarou que as ações são sempre muito bem orquestradas pelas quadrilhas e chamou atenção para o poder bélico dos grupos.
“Os bandidos procuram sitiar pequenas cidades para atacar instituições financeiras, como é o caso de Criciúma (SC) e Cametá, aqui no Pará. Eles [bandidos] não usam armas como revólveres calibre 38 ou pistolas calibre 380 mm. São armamentos pesados, tipo fuzil 762 e metralhadora Ponto 50, que é capaz de perfurar a blindagem de carros e até derrubar um helicóptero, ou seja, um armamento de guerra que intimida a ação de quem vai se contrapor à ação. Eles agem sempre em grupos compostos por 20 a 30 pessoas. Realizam estudo e logística, verificando, inclusive, a segurança dos quartéis. Enquanto um grupo faz a investida contra os policiais, o outro atua na ação direta de arrombamento dos bancos para conseguir o intento”, afirma o comandante.
Ao fazer essa análise, o comandante afirmou que o Amapá se antecipa as novas modalidades de crimes, e que o novo cangaço é uma dessas ações que já vem sendo acompanhadas há algum tempo pelas forças de segurança amapaenses.
“O estado do Amapá sempre tem se antecipado às modalidades de novos crimes. Há três anos, mandamos policiais daqui para fazer treinamento com a Rota [Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar], de São Paulo, onde a Rota já adaptava esse tipo de ação, com policiamento ostensivo motorizado. Mediante isso, procuramos, também, a Polícia Militar de Mato Grosso, que já ministrava o CEPAR [Curso de Policiamento em Áreas Rurais], que é o combate direto a essa modalidade que chamamos de ‘novo cangaço’. Trouxemos esse curso para o Amapá. Agora, em novembro, tivemos a segunda edição, inclusive, com a participação de policiais de outros estados para fazer frente a esse tipo de ação criminosa”.
Perguntado se a polícia amapaense está preparada para contrapor um ataque com essa proporção o ex-comandante do Bope e atual comandante-geral da PM do Amapá assegurou:
“Totalmente. Nós temos profissionais habilitados para atuar, se houver necessidade, em um evento crítico dessa natureza para neutralizar a ação dos bandidos. Temos planejamento com possíveis rotas de fuga e como vamos agir ofensivamente. Se depender de mim e da ordem que já determinei para nossos policiais, bandido, aqui, no nosso estado, não se cria e não vai ter 13º”, concluiu.
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