Itens da ceia disparam e deixam Natal de 2020 mais caro
O Índice de Preço ao Consumidor (IPC) foi calculado no período entre dezembro de 2019 e novembro deste ano. Para o economista responsável pelo estudo, a desvalorização do real frente ao dólar é um dos motivos para a alta.

Um levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV-IBRE) aponta que 16 itens consumidos na ceia de Natal tiveram aumento, em média, de 15%.
O pernil de porco subiu 31%, e arroz atingiu 62%, caso do arroz.
O Índice de Preço ao Consumidor (IPC) foi calculado no período entre dezembro de 2019 e novembro deste ano. Para o economista responsável pelo estudo, a desvalorização do real frente ao dólar é um dos motivos para a alta.
Foram avaliados os chamados “itens de mesa”, comuns nos pratos de brasileiros, como arroz, batata inglesa, cebola, ovos, carne suína, azeite, sucos de fruta e refrigerantes, e outros mais consumidos nessa época, como bacalhau, azeitonas em conserva, bolos prontos e vinhos.
Primeiro item: arroz
O arroz, que disparou no meio do ano e chegou a custar mais de R$ 30 o saco com 5 kg, aparece como líder no ranking do aumento: 62,08%.
Para o economista responsável pelo estudo, André Braz, além da alta do dólar (que ultrapassou R$ 5,80 este ano), a falta de produto no mercado interno afetou os preços.
“Houve uma diminuição da área plantada. Isso causou uma redução na oferta do produto aqui no país e pressionou a cadeia produtiva até chegar ao consumidor”, declarou.
Agora, os pratos principais
A desvalorização do real também é apontada como fator para o aumento nos preços das carnes de porco.
O pernil suíno subiu 30,55% no período de 12 meses, enquanto o lombo suíno teve aumento de 20,14%.
“A exportação cresceu muito, especialmente para a China, após a recuperação do país asiático por causa da pandemia de coronavírus.
Isso, mais o dólar alto na época, fez com que lá fosse mais vantajoso vender para fora do que aqui.
O preço do produto aumentou muito no mercado interno, o que aumentou também os custos de produção nas fazendas”, afirmou Braz.
A mesma situação foi detectada no preço do frango inteiro (que inclui peru): alta de 14,51%.
Por consequência, os ovos também aumentaram: 14,21%.
O bacalhau aumentou 10%, pressionado pelo dólar.
Os complementos também subiram:
Batata inglesa: 10,67%
Frutas: 14,99%
Bolo pronto: 3,53%
Azeite: 9,72%
Azeitona em conserva: 13,29%
Refrigerantes e água mineral: 3,73%
Sucos de fruta: 3,37%
Vinho: 3,94%.
Apenas dois itens tiveram redução de preço durante esse período: os refrescos de fruta em pó, que caíram pouco (0,12%), e a cebola, com queda de 15,7%.
“Apesar de o aumento das exportações ter sido muito bom para a balança comercial, é um desafio para a inflação, porque pressiona o mercado interno. Para dezembro, os preços ainda continuam altos, até por causa da demanda, e quem sabe em 2021 uma estabilidade cambial maior e safras maiores podem fazer com que os preços diminuam”, disse Braz.
Fonte: Uol
Deixe seu comentário
Publicidade
