Revista Cláudia: amapaense brilha entre mulheres que fizeram a diferença para tornar 2020 menos traumático
Em um ano marcado pela insegurança, desigualdade e pelo luto, essas mulheres mostraram a força da empatia e da coletividade

A Revista Cláudia elegeu cinco mulheres brasileiras que fizeram a diferença para tornar 2020 menos traumático. Dentre elas, está a amapaense Alzira Nogueira. Revelação saiu na edição do último dia 17 de dezembro.
Assistente social e mestre em sociologia, Alzira Nogueira também é voluntária e porta voz da Central Única das Favelas (CUFA). Ela botou pra quebrar na ajuda às vítimas da pandemia e apagão no Amapá este ano.
Além dela, completam a lista, uma professora, uma ativista pela biodiversidade, uma atleta do basquete nacional e uma enfermeira.
Leia o que a Revista Cláudia destacou sobre Alzira Nogueira:
Logo nos primeiros meses do isolamento no Brasil, a servidora pública Alzira Nogueira da Silva, 48 anos, passou dias nas ruas de Macapá, onde conseguiu ajudar na distribuição de mais de 6 mil cestas básicas. Em comunidades e periferias das cidades brasileiras, o esforço de pessoas como ela se tornou crucial para colocar comida na mesa de famílias cuja renda foi ceifada pela crise sanitária.
Muita gente não obteve nem sequer acesso ao auxílio emergencial. “Quem mais sofreu foram as mulheres negras, porque enfrentaram a perda de entes queridos enquanto eram afetadas por uma piora situação da prévia de vulnerabilidade social”, observa Alzira, voluntária do Centro de Atividades Sociais da Periferia (Casp), da Central Única das Favelas (Cufa) e da organização Amapá Solidário.
A calamidade se agravou quando, em novembro, 13 dos 16 municípios do estado ficaram no escuro após um incêndio em sua principal subestação de energia elétrica. Cerca de 765 mil amapaenses se viram sem eletricidade, o que afetou não só as casas de famílias e o comércio mas também o atendimento em hospitais.
A partir de então, foram três semanas de difícil acesso a refrigeração para alimentos, internet, caixas eletrônicos e água potável – sem contar as escassas oportunidades de comunicação para mostrar ao restante do país a gravidade da situação. Para um dos estados brasileiros mais carentes, a combinação das duas crises foi explosiva.
Poucos dias antes, Alzira havia testado positivo para Covid-19, o que a manteve afastada da mãe, de 80 anos, e da filha, de 8, e a obrigou a parar com o atendimento. “Consegui um jeito de carregar o celular e trocar mensagens pedindo recursos e donativos”, conta. Com esse esforço, mais mil cestas chegaram.
“Quando o problema se restringia à pandemia, nossa preocupação era, além de comida, conseguir máscaras e álcool em gel. Com a nova situação, faltava tudo.” Para ela, é preciso ser uma fortaleza para manter a esperança em meio ao caos e ao abandono que as comunidades enfrentam:
“Não podemos parar para sofrer, senão perderemos ainda mais gente”.
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