Empresário confessa assassinato de irmão de policial civil
Discursões seguidas por causa dos latidos dos cachorros do empresário teriam motivado o crime ocorrido no dia 20 deste mês no bairro Buritizal.
Elden Carlos
Editor-chefe
O empresário Raimundo Cleberson de Souza Pereira, de 45 anos, foi indiciado nesta quarta-feira (27) pelo homicídio qualificado de Hernandes Machado da Costa, de 46 anos, cujo corpo foi encontrado no interior da residência onde ele morava, na Avenida Pedro Lazarino, esquina com a rua Hildemar Maia, bairro Buritizal, na tarde do dia 21 deste mês.
Segundo o delegado Wellington Ferraz, da Delegacia de Homicídios, Hernandes – que era irmão de um policial civil – foi morto com um tiro no rosto na manhã do dia anterior. Após a polícia fechar o cerco sobre o caso, o empresário se apresentou na segunda-feira (25) na delegacia, confessou o crime e entregou o revólver calibre 38 usado no homicídio.
De acordo com o presidente do inquérito, Cleberson – em depoimento – disse que havia um desentendimento entre ele e Hernandes por causa dos latidos dos cães que o empresário mantinha no fundo do quintal. Apenas uma grade separava os dois imóveis.
O indiciado afirma que no dia do crime sua esposa teria saído para alimentar os cães e houve nova discussão. O homem garante que sua companheira foi agredida verbal e fisicamente, levando-o à reação. Cleberson alegou ter efetuado três disparos.
“Ele [indiciado] declara que sua esposa foi agredida fisicamente, mas observando o local, isso é praticamente impossível. Existe uma grade que separa os imóveis. Alguns trechos do depoimento são inconsistentes e precisamos apurar melhor. O fato é que temos um crime com autoria conhecida. O atirador foi indiciado por homicídio duplamente qualificado, sendo por motivo fútil e ação que impossibilitou a defesa da vítima”, declara Ferraz.
O delegado representou pelo pedido de prisão preventiva do empresário, mas a justiça negou. Foram expedidos apenas dois mandados de busca e apreensão que foram cumpridos na manhã desta quarta-feira na panificadora e casa do indiciado. O objetivo era apreender o restante das munições do revólver, mas elas não foram localizadas.
Reportagem e fotos: Jair Zemberg
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