Polícia

Policiais penais são afastados e Corregedoria do Iapen apura entrada facilitada de visitante

Visitante foi levado por policiais penais para visitar Dawson Rocha, o motorista da BMW que atropelou [a 184km/h] o casal Mickel da Silva Pinheiro, de 42 anos, e Rosineide Batista Aragão, de 49 anos. Eles morreram na hora.


Elden Carlos
Editor-chefe

 

O diretor do Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen), Lucivaldo Costa, disse durante entrevista na manhã desta quinta-feira (11) ao programa radiofônico LuizMeloEntrevista (Diário 90,9FM) que os dois policiais penais que levaram um visitante para dentro da cadeia pública sem autorização prévia já foram afastados preventivamente das funções.

Os agentes públicos levaram Vagner Lopes Nascimento para um encontro não autorizado com o presidiário Dawson da Rocha Ferreira, de 39 anos. Um dos agravantes, segundo o diretor, foi o fato de os policiais penais terem conduzido Vagner dentro de uma viatura de monitoramento de presos que usam tornozeleira eletrônica.

“Assim que tomamos conhecimento do caso já determinamos algumas medidas administrativas. Os policiais penais foram afastados e um processo administrativo disciplinar foi instaurado pela Corregedoria do Iapen. Também já comunicamos o Ministério Público do Amapá sobre a ocorrência. A investigação vai apurar se essa foi a única vez que a entrada ocorreu de forma facilitada”, disse Lucivaldo.


O diretor também explicou que os dois policiais penais envolvidos são das turmas de 2007 e 2014. “Não são servidores novatos. A conduta de cada um será devidamente avaliada. Agora, não podemos deixar que essa ação [isolada] deles coloque em xeque o trabalho de toda uma categoria comprometida com o exercício do policiamento penal”, ponderou.

Sobre a denúncia de ‘Dadawson’ estar recebendo privilégios na cadeia, como ter sido colocado em ala especial, Lucivaldo Costa negou e declarou que o detento está em ambiente comum a presos que tem comorbidades, baixa locomoção ou considerados idosos.

“O Iapen só tem um pavilhão especial, destinado aos internos de nível superior. O detento, nesse caso, está no prédio onde ficam presos com idade a partir de 60 anos, que sofrem de alguma comorbidade ou tem baixa locomoção. A defesa do Dawson ingressou com uma petição e laudos que comprovam que ele tem comorbidades. O próprio Ministério Público do Amapá, por medida de segurança em relação à repercussão do caso, determinou que ele fosse mantido nessa área, mas não existe nenhum tipo de regalia. Ele divide o espaço atualmente com outros cerca de 20 presos que estão na mesma condição dele”, concluiu.

 

Entenda o caso

Dawson da Rocha Ferreira, de 39 anos, dirigia na noite de 15 de janeiro deste ano uma BMW a 184km/h pela Avenida Padre Júlio, bairro Santa Rita, zona Central de Macapá. Ele havia saído de um bar, segundo a polícia. O carro de luxo atingiu o veículo Celtra onde estava o casal Mickel da Silva Pinheiro, de 42 anos, e Rosineide Batista Aragão, de 49 anos. Com o impacto as vítimas morreram na hora.

‘Dadawson’, como é conhecido, foi preso em flagrante. A prisão foi convertida em preventiva. O Ministério Público do Amapá (MP-AP) ofertou denúncia que foi acatada pela Justiça do Amapá, tornando Dawson Rocha réu no processo.


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