Debate no rádio reúne especialistas e lideranças sobre diversidade na atualidade
Ativistas, autoridades e jornalistas discutem os desafios de quem ainda “ousa” ser diferente em um mundo em que ainda impera a hipocrisia.

Cleber Barbosa
Da Redação
Em mais uma grande contribuição para o esclarecimento da opinião pública, o programa Café com Notícia, da rádio Diário FM (90,9) reuniu um time de especialistas, lideranças e autoridades constituídas para levantar demandas, problemas e soluções sobre o tema diversidade.
Para o promotor de Justiça Paulo Celso, a igualdade é meramente formal e ainda é preciso trazer isso para o campo real, material. “As situações precisam ser olhadas de maneira diferenciada, as pessoas precisam ser tratadas com a medida das desigualdades sofridas. Essa é a tradução da nossa campanha”, disse o representante do MP-AP, titular da Fiscalização
Ele reforçou ainda que o tema merece ser olhado com outras vertentes, os vários lados de uma verdade. “Dizer que existe igualdade é um sonho. Não existe igualdade, então, é preciso reconhecer e respeitar essas diferenças”, destaca o promotor de Justiça titular da Promotoria de Defesa dos Direitos Constitucionais, que acrescentou dizendo que defender bandeiras e temáticas é fácil, o difícil é respeitar as diversidades. A campanha “Respeito às Diferenças”, da sua promotoria, foi criada a partir de uma reclamação da comunidade surda em uma publicação institucional.
Movimento
Liderança do movimento LGBTQIA+, André Lopes disse ser necessário que o MP faça dessa pauta uma ordem do dia, porque os direitos humanos é uma peça fundamental da constituição, uma luta diariamente pelo direito de viver, como Beatrice, que logo após de ter o direito ao nome social garantido, foi vítima de transfobia. “O plano estadual de direitos humanos é um divisor de água para a comunidade LGBTQIA+, porque norteia o governo para saber o que fazer. Eu acho que devemos enquanto poder público executar esse plano e pensar na integralidade da política e de fato, mudar a vida das pessoas”, reforçou André Lopes.
Poder público
Primeira mulher trans a assumir um cargo de gestão pública no Governo do Estado, Sâmylla Rocha foi outra personalidade a participar do encontro. “Hoje, como mulher trans, capoeirista e representando uma secretaria do estado, acredito que aconteceu sim uma mudança” diz Sâmylla, primeira pessoa transexual que assumiu o cargo de secretária de estado no Amapá de forma interina, sendo a coordenadora do programa Amapá Jovem.
Inclusão
Ariane Luna, ativista dos deficientes, diz que houve também quem considerasse uma conquista importante a inclusão de PCDs [pessoa com deficiência] como grupo prioritário no cronograma de vacinação. Antes da mobilização das pessoas com deficiência, nem o governo federal, nem estadual e prefeitura de Macapá tinham pensado nessa comunidade, que é muito grande. “É muito difícil porque a todo momento sou exigente com aquilo que faço para mim e para as pessoas, e vivo me justificando e pedindo respeito pela minha história. É muito complicado falar de inclusão sem viver, porque entre o falar e o viver tem um abismo”, disse ela.
Deixe seu comentário
Publicidade






