Cidades

Covid-19 mata o ex-senador pelo Amapá Henrique Almeida

Ele tinha 84 anos e estava internado havia pelo menos 15 dias


Vítima da covid-19 morreu nesta segunda-feira (22), em Curitiba (PR), o ex-senador Henrique Almeida. Ele tinha 84 anos e estava internado havia pelo menos 15 dias. Almeida foi senador pelo Amapá de 1991 a 1995. A mulher dele, Laura Almeida também está internada com covid, mas se recupera bem de acordo com o ex-vereador de Macapá Luiz Carlos Ramos, amigo da família.

 

Economista e administrador de empresas, Henrique do Rego Almeida nasceu em Curitiba no dia 16 de novembro de 1936, filho de Raimundo Ramos da Costa Almeida e de Cecília do Rego Almeida. Irmão do grande empreiteiro Cecílio do Rego Almeida, proprietário da empresa C.R. Almeida Engenharia e Construções. Dos sete irmãos, apenas Carlos Almeida, o Carlinhos, de 79 anos, está vivo.

 

Nos anos 1980, Henrique Almeida filiou-se ao então Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB). Dono de grandes propriedades rurais e mineradoras no Amapá, no pleito de outubro de 1990 candidatou-se a uma vaga no Senado Federal na legenda do então Partido da Frente Liberal (PFL). Tendo obtido a segunda colocação, conquistou um mandato de quatro anos e assumiu a cadeira em fevereiro do ano seguinte.

 

Titular das comissões Mista do Orçamento, de Infraestrutura e de Assuntos Econômicos, e suplente das comissões de Educação e de Constituição, Justiça e Cidadania, na sessão do Senado Federal de 29 de dezembro de 1992 votou a favor do impeachment do presidente Fernando Collor de Melo, acusado de crime de responsabilidade no esquema de corrupção montado pelo ex-tesoureiro de sua campanha presidencial, Paulo César Farias. Afastado da presidência desde a votação favorável do processo na Câmara, Collor renunciou pouco antes da conclusão do processo, sendo efetivado na presidência o vice Itamar Franco, que já vin ha exercendo o cargo interinamente desde 2 de outubro.

 

Em novembro de 1994 a Receita Federal considerou existir incompatibilidade entre a declaração de renda de Henrique Almeida, que em 1992 relacionara bens no valor de dez mil dólares, e seu patrimônio, avaliado em cerca de 215 milhões. Malsucedido no pleito de outubro de 1994 deixou o Senado ao término da legislatura, em janeiro de 1995.

 

Em 1997 foi acusado de se envolver com o empresário Ricardo Saad Filho, participando de uma operação fraudulenta de lançamentos de títulos do Banco do Estado do Amapá (Banap) no exterior, e que acabou levando o Banco Central a liquidar a instituição. No processo, Henrique Almeida foi mencionado como procurador dos pretensos donos das áreas oferecidas como garantia do negócio. O processo nunca foi concluído e o ex-senador sempre negou envolvimento.

 

Proprietário de terras também nos estados do Maranhão e de Mato Grosso, Henrique Almeida exerceu ainda a vice-presidência da empreiteira C.R. Almeida Engenharia e Construções e a presidência da Henrique Almeida & Cia. Ltda. Casou-se com Laura Beatriz Pernetta Almeida, com quem teve três filhos.


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