Polícia

Servidores públicos e empresário são presos em operação da PF no Amapá

Sete servidores públicos do Ibama e Sema, além de um empresário, foram alvo da Operação Endrômina, deflagrada nesta quinta-feira (25) pela Polícia Federal e Ministério Público Federal.


Elden Carlos
Editor-chefe

 

A Polícia Federal (PF), em conjunto com o Ministério Público Federal (MPF), cumpriram oito mandados de prisão preventiva e oito mandados de busca e apreensão na manhã desta quinta-feira (25), em Macapá, durante a operação Endrômina, que busca desarticular uma associação criminosa envolvida em atos de corrupção.

 

Segundo a PF, a organização é formada por servidores públicos do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema). Eles eram responsáveis pelo auxílio a empresários atuantes no ramo madeireiro. Entre os alvos da operação que foram presos está um empresário.

A investigação apontou indícios de que alguns servidores fraudavam ou aceleravam os trâmites de processos de licenciamento nos órgãos públicos ambientais [para beneficiar empresários] em troca de vantagens indevidas.

 

Além disso, também foi apurado que servidores do Ibama revelavam antecipadamente informações sobre fiscalizações do órgão, mediante recebimento de vantagens indevidas, para alertar acerca de locais e pessoas que seriam alvo.

 

O objetivo era encobrir a prática de crimes ambientais e acobertar a retirada de madeira ilegal. Foi descoberto ainda indícios de que servidor instruía empresários autuados a se defenderem frente ao órgão, inclusive, com a manipulação de autos de infração de modo a beneficiar empresários, mediante uma contraprestação em pagamento.

Em alguns casos, o pagamento de vantagens indevidas contava com o envio de comprovantes de transferência bancária direta para os envolvidos, demonstrando total confiança para tratar de possíveis atos de corrupção, sem receio de o esquema ser descoberto.

 

A ação desta quinta-feira é desdobramento da operação Usurpação, deflagrada em agosto de 2020, que identificou a existência de fraude no Sistema DOF (Documento de Origem Florestal), com a utilização de guias ideologicamente falsas para regularizar madeira ilegal.

 

Os envolvidos podem responder por associação criminosa; corrupção ativa e passiva; advocacia administrativa; tráfico de influência; falsidade ideológica, além da criação de obstáculo para a fiscalização ambiental. Se condenados, a pena pode chegar a 28 anos de reclusão.

De acordo com a Polícia Federal, Endrômina é sinônimo de artimanha, numa alusão à ação dos servidores públicos para burlar documentos, além de fornecerem informações sigilosas e antecipadas a empresários do ramo madeireiro sobre fiscalizações.

Imagens: Divulgação/PF


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