Cidades

TJAP lança campanha de combate ao abuso e exploração sexual infantil no Amapá

Ao longo do mês de maio, o Tribunal vai investir nas mídias sociais para difundir informações que ajudem a combater estes crimes em qualquer ambiente, seja familiar ou na internet.


Railana Pantoja
Da Redação

 

O Tribunal de Justiça do Amapá (TJAP) lançou nesta quinta-feira (6) a campanha Maio Laranja, que tem o objetivo de discutir e prevenir qualquer tipo de abuso ou violência sexual contra crianças e adolescentes.

“Maio é um mês instituído para prevenção, discussão e combate à exploração sexual de crianças e adolescentes. Então, ontem (6) foi o primeiro passo, com o lançamento da campanha pelo TJAP, com o objetivo de alcançar todos os municípios onde o Tribunal está. Mas, em Oiapoque e Laranjal do Jarí temos áreas de fronteira e que inspiram cuidados maiores”, explicou a juíza Larissa Antunes, coordenadora da campanha.

Em tempos de pandemia, a juíza, que é titular da Vara da Infância e Juventude de Santana, diz que os registros oficiais de violência sexual contra esse público no município caíram drasticamente. No entanto, Larissa Antunes acredita que esses números não refletem a realidade e escondem subnotificação.

“Acreditamos que não seja a realidade, porque são números que aumentam anualmente, mas, por conta da pandemia e do isolamento social, os casos não estão chegando ao conhecimento das autoridades. É o que chamamos de subnotificação, e isso aumentou neste período por vários motivos, como a dificuldade para denunciar, o fato de não ter aulas presenciais, a questão de estarem menos na rua; e infelizmente sabemos que abusos e exploração acontecem, principalmente, dentro das próprias residências das crianças”, avaliou a juíza.


Por este motivo, a campanha deste ano é voltada às pessoas que convivem diariamente em casa com as crianças. “Queremos mostrar os cuidados que essas famílias devem ter, elas precisam se atentar aos sinais que as crianças e adolescentes apresentam em casos de abuso. Contamos com a sociedade, mas precisamos que os familiares e adultos saibam cuidar e fazer a prevenção dentro de casa também”, frisou.

De acordo com a juíza, existem sinais comuns apresentados pela criança que foi vítima de abuso sexual, como a mudança de comportamento, por exemplo. “Se a criança era de conversa fácil e de repente começa a ficar retraída, de choro fácil, com ansiedade, roendo as unhas, não quer sair de casa ou encontrar determinadas pessoas, são sinais que podem significar uma vítima de abuso sexual. Já a exploração sexual é uma circunstância social muito difícil, às vezes a própria família explora a criança ou adolescente como fonte de renda”, alertou Larissa.

A juíza finaliza orientando que os pais e familiares devem estar próximos dos filhos para conhecê-los e ter a capacidade de identificar que algo está errado, pois o abuso acontece em “famílias onde tem pai e mãe, pai e madrasta, mãe e padrasto; não há perfil de abusador. Meninos e meninas podem ser vítimas, homens e mulheres podem ser potenciais abusadores”.

 

A campanha
Ao longo do mês de maio, o Tribunal vai investir nas mídias sociais para difundir informações que auxiliem combater estes crimes em qualquer ambiente, seja familiar ou na internet. Para isso, está com parceria junto à Secretaria Estadual de Educação (SEED), secretarias municipais e Conselho Tutelar.


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