Política

Marília Góes explica alcance do projeto contra “pobreza menstrual”

Ela teve proposição aprovada no Parlamento Estadual e em entrevista no rádio diz que o fornecimento de absorventes deve constar da cesta básica de famílias carentes.


Fotos: Joelson Palheta/DA

Cleber Barbosa

Da Redação

 

A primeira-dama do Amapá, Marília Góes, que é deputada estadual pelo PDT, foi ao rádio ontem (24) dar mais detalhes sobre o alcance de um projeto de sua autoria aprovado na Assembleia Legislativa do Amapá (ALAP), que versa sobre a criação de um programa que visa combater o que se chama de “Pobreza Menstrual”.

Em entrevista ao programa Café com Notícia, na Diário FM (90,9), ela adiantou algumas ações. “Faremos um levante para distribuir absorventes até garantir por lei que isso seja um elemento da cesta básica. Isso não pode ser um projeto de governo, tem que ser um projeto de estado”, pontua Marília Góes sobre alternativas para o combate à pobreza menstrual.

Ela também explicou que está discutindo a possibilidade de reduzir a taxação na produção e importação de absorventes. “O que não podemos permitir é que adolescentes deixem de frequentar a escola por conta disso, que é um dos motivos da evasão escolar”, disse Marília Góes, que acrescentou ter solicitado ao município que absorventes fossem disponibilizados nas unidades de saúde, assim como a camisinha, porque a maior parte da população não tem acesso. “Só no Brasil, 4 milhões de meninas em idade escolar não possuem acesso”.

Por fim, ela deu números a essa dura realidade. “Uma pessoa menstrua em média de 4 a 7 dias por mês, mas muitas pessoas usam pedaços de papel, miolo de pão porque não possuem dinheiro para comprar absorvente. Uma pessoa pobre vai comprar comida ou absorvente? Isso é um problema sério de saúde pública”, ponderou Marília.

 

Rito e tramitação
O projeto da deputada Marília Góes teve aprovação unânime no Legislativo Amapaense, na semana passada, em duas proposituras que visam combater a Pobreza Menstrual no estado do Amapá, com a inclusão de absorvente higiênico como item essencial nas cestas de alimentos do “Kit Merenda em Casa” e do “Programa Comida em Casa”, ambos do Governo do Estado.

O Requerimento nº 0676/21 foi direcionado à Secretaria de Estado da Educação (Seed) e o Requerimento nº 0678/21 para a Secretaria de Estado da Inclusão e Mobilização Social (Sims).

A pobreza menstrual é caracterizada pela falta de acesso à educação menstrual, produtos e serviços adequados para a higiene íntima durante o ciclo. As vítimas vivem sem acesso a água tratada, banheiro minimamente estruturado, papel higiênico ou absorvente. São adolescentes, jovens e adultas em vulnerabilidade socioeconômica, pessoas em situação de rua, mulheres privadas de liberdade, homens trans e pessoas não-binárias com útero.


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