Mulheres ainda sofrem muito com violência política no Brasil
Cerca de 52% do eleitorado brasileiro são mulheres, porém, poucas estão inseridas na política.

Lana Caroline
Da Redação
Na tarde desta segunda-feira (19), durante o programa radiofônico Café com Notícia (90,9 FM), as ativistas Alzira Nogueira e Heluana Quintas estiveram falando sobre a violência política que mulheres recebem constantemente. Segundo Alzira, as mulheres vivem sobre o signo da desigualdade, exclusão e invisibilidade. “A presença das mulheres em espaço com representação política, no Brasil, tem sido um grande debate, e se olharmos em alguns setores da esquerda, existe um aumento dessa representação de mulheres negras, trans. Tudo isso é a força da luta que travamos todos esses anos.”
Heluana afirma que existem muitos setores organizados fazendo parte desta luta política em prol das mulheres. “Acredito que já avançamos na sociedade brasileira tanto em movimentos sociais a favor da inserção das mulheres em diversos locais, quanto os movimentos feministas.”
Segundo dados trazidos pelas ativistas, cerca de 52% do eleitorado brasileiro são mulheres, porém, poucas estão inseridas na política. Os dados mostram que cerca de 13% da câmara de vereadores e do senado, é composto por mulheres, respectivamente. Na Assembleia Legislativa e na câmara dos deputados, as deputadas estaduais somam 15,8% e federais 15%.
“Em um estado menor, conseguimos sentir essa violência mais forte. Precisamos fomentar mais espaços de debates para tratar desse assunto. As mulheres na política brasileira sofrem uma exclusão muito forte e acabam não se sentindo representadas no parlamento”, afirmou Alzira.
Em média, 40 xingamentos diários, através do Twitter eram para mulheres que estavam disputando o segundo turno das eleições municipais de 2020. Termos relacionados aos atributos físicos assédio moral, sexual e intelectual, descrédito, gordofobia, transfobia, racismo eram os mais frequentes, segundo um estudo divulgado pela MonitorA. O estudo ainda mostrou que os ataques não se limitavam às candidatas, mas a outras mulheres que apoiaram, publicamente, campanhas eleitorais femininas.
Na última terça-feira (13), foi aprovado, pelo senado, o projeto que busca combater e punir a violência política contra as mulheres. Torna-se crime, com pena de reclusão de um a quatro anos, “assediar, constranger, humilhar, perseguir ou ameaçar, por qualquer meio, candidata a cargo eletivo ou detentora de mandato eletivo, utilizando-se de menosprezo ou discriminação à condição de mulher ou à sua cor, raça ou etnia, com a finalidade de impedir ou de dificultar a sua campanha eleitoral ou o desempenho de seu mandato eletivo”.
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