Polícia

PF concluiu inquérito sobre apagão no Amapá e indicia três diretores da LMTE

Diretores foram indiciados por atentado contra a segurança ou funcionamento do serviço de energia, previsto no Art. 265 do CPB. Empresa disse, em nota, que ainda não foi notificada.


Amapá ficou mais de 20 dias sem energia elétrica

A Polícia Federal (PF) indiciou nesta quinta-feira (29) três diretores da empresa Linhas de Macapá Transmissora de Energia (LMTE) por atentado contra a segurança ou o funcionamento de serviço de água, luz, força ou calor, ou qualquer outro de utilidade pública, previsto no Art. 265 do Código Penal Brasileiro (CPB). Se condenados, podem cumprir prisão de um a cinco anos, além do pagamento de multa.

Em nota emitida no início da noite desta quinta-feira, a PF declarou que concluiu as investigações sobre a interrupção no fornecimento de energia em 13 dos 16 municípios do estado, ocorrida em novembro de 2020. O inquérito policial instaurado para apurar responsabilidades foi encerrado e enviado ao Ministério Público Federal (MPF) para que oferte, ou não, denúncia contra os diretores da empresa.

 

Em um dos trechos da nota a PF diz que:

“O indiciamento se deu em razão de a empresa ter sido omissa na manutenção do gerador reserva. Este apresentou defeito e ficou inativo por um ano e sem passar por reparo pela LMTE. Constatou-se que, entre o fim de 2019 e a data do fato, foram feitas várias programações para reparo no gerador em questão, mas em nenhuma delas houve de fato correção do problema.”

 

Em outro trecho do documento a Polícia Federal descreve a dinâmica apurada:

 “No dia 3 de novembro de 2021, um incêndio no primeiro gerador causou o “apagão”. O fogo se desencadeou em uma peça conhecida como “bucha” e inativou o gerador 1 da principal subestação de energia do estado, localizada em Macapá. O laudo realizado por peritos da Polícia Federal na peça, que foi enviada à Santa Catarina (SC) para uma empresa especializada nesse tipo de equipamento, não foi capaz de elucidar a causa do incêndio: se foi erro humano, sobrecarga, causa natural (raio, por exemplo) ou mesmo um ato criminoso.”

 

A nota prossegue:

“Quando o gerador 1 se incendiou, automaticamente o segundo deveria entrar em funcionamento para trabalhar em conjunto com o terceiro. Ocorre, como já citado, que o segundo gerador, por omissão da LMTE, estava danificado há cerca de um ano. Assim, apenas o terceiro gerador de energia ficou com toda a carga e terminou superaquecendo. Fato que gerou a interrupção de energia nos 13 municípios amapaenses”, conclui a nota.

 

Empresa

Em nota a empresa Linhas de Macapá Transmissora de Energia (LMTE) informou que ainda não foi notificada pela Polícia Federal.


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