Pregoeiro da Sesa é preso em operação da PF
Alvo da operação estaria favorecendo empresário do ramo farmacêutico em processos licitatórios fraudulentos. Secretário Juan Mendes (Sesa) afirma colaborar com investigações e que caso será apurado de forma severa.

Elden Carlos
Editor-chefe
Um pregoeiro da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) foi preso preventivamente na manhã desta sexta-feira (13) durante a ‘Operação Anosmia’, deflagrada pela Polícia Federal (PF) para apurar os crimes de corrupção passiva, fraude à licitação e advocacia administrativa. A ação teve apoio do Ministério Público Federal (MPF).
Além da ordem de prisão, os federais cumpriram sete mandados de busca e apreensão em duas residências, uma empresa farmacêutica e na própria Sesa. De acordo com a Polícia Federal, a investigação identificou fortes indícios de que o pregoeiro realizava ajustes para favorecer um empresário do ramo farmacêutico [em contrato firmado junto ao governo Amapá], para aquisição de medicamentos voltados ao tratamento precoce da Ccovid-19.
Ainda segundo a PF, a atuação do servidor era determinante para que o caráter competitivo de procedimento licitatório para compra dos fármacos fosse fraudado, beneficiando o empresário junto ao órgão a que era vinculado.
As investigações também revelam que em contrapartida o agente público recebia vantagens indevidas. Durante a operação desta sexta-feira os policiais apreenderam R$ 33.636, em espécie, que estavam escondidos no porta-malas do carro do servidor investigado.
O secretário de Estado da Saúde, Juan Mendes, disse durante entrevista ao programa radiofônico LuizMeloEntrevista (Diário 90,9FM) que todas as medidas estavam sendo tomadas no sentido de colaborar com as investigações, e de que a Sesa não compactua com esse tipo de crime praticado por servidor. “Estamos acompanhando as diligências e colaborando com todas as informações necessárias. Até o momento temos a informação de que um servidor foi preso preventivamente e estamos atuando no sentido de combater qualquer tipo de crime na administração pública”, disse o secretário.
Também foi constatado que o homem preso se oferecia para monitorar os preços e quantitativos de medicamentos e incluir possível interessado, se comprometendo ainda a informar sobre as propostas dos concorrentes.
A Polícia Federal informou ainda que a ação é um desdobramento da ‘Operação Fiel da Balança’, deflagrada pela PF em julho do ano passado, no âmbito do município de Macapá, para apurar desvio de recursos para o enfrentamento a Covid-19.
Sobre esse desdobramento, Juan Mendes disse que “o servidor que integra os quadros da Sesa pode ser um ‘braço’ da organização. A operação Fiel da Balança foi direcionada especificamente ao Município de Macapá, em 2020. Acreditamos que esse desdobramento de hoje seja em relação a algum ‘braço’ desse esquema que será severamente punido, caso haja a confirmação do crime praticado. Já adotamos o afastamento imediato desse servidor para que as investigações sigam sem prejuízo algum. Também já adotamos medidas administrativas para apurar o caso”, concluiu o secretário.
Os envolvidos podem responder pelos crimes de corrupção passiva, fraude à licitação e advocacia administrativa. As penas somadas chegam a 12 anos de reclusão.
A PF informou que ‘anosmia’ é o termo usado para se referir à perda de olfato, um dos mais característicos sintomas da Covid-19.
Imagens: Divulgação: PF
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