Médica fala sobre prevenção da covid-19 em crianças
Segundo a médica pediatra Carla Ribeiro, cerca de 10% da população infantil, no estado, adquiriu coronavírus e que sofrem mais com os 15 dias pós-covid.

Lana Caroline
Da Redação
Embora os maiores casos de covid-19 sejam em adultos, engana-se quem acha que as crianças são imunes ao coronavírus e que não podem desenvolver os sintomas da doença. Um artigo publicado na Nature, uma importante e respeitada revista científica britânica, mostrou que as crianças respondem por uma pequena porcentagem das infecções por Covid-19. Segundo a médica pediatra Carla Ribeiro, em entrevista durante o programa radiofônico Café com Notícia (Diário 90,9 FM), cerca de 10% da população infantil, no estado, adquiriu coronavírus e que sofrem mais com os 15 dias pós-covid.
“As pessoas acham que sempre os adultos eram mais suscetíveis ao vírus. O maior problema em relação a covid-19 nas crianças é a Síndrome Inflamatória Multissistêmica, que acontece após os 15 dias da manifestação da doença. Essa síndrome é grave e tivemos diversos casos no estado, mas não foram amplamente divulgados”, disse a médica.
Segundo um levantamento feito pela Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), o ano de 2020 registrou 45% das mortes por covid-19 em crianças com menos de 2 anos. A doutora afirma que a morte dos pequenos foi causada mais pela Síndrome Inflamatória Multissistêmica do que pela covid-19 em si.
Sobre o uso de máscaras em crianças, a Organização Mundial da Saúde (OMS) não recomenda o uso obrigatório de máscaras em crianças menores de 5 anos. A recomendação se baseia na segurança, capacidade de usar máscaras de forma adequada e no interesse da criança.
“No início, muitas pessoas acharam que crianças abaixo de 2 anos não precisariam usar máscaras porque como acaba sendo incomodo na face, poderia atrapalhar eles. Depois, a Sociedade de Brasileira de Pediatria estipulou que crianças de até 5 anos deveriam ter obrigatoriedade no uso de máscara. Isso é importante pois em alguns estabelecimentos não há essa informação”, afirmou Carla.
No estado, as crianças já voltaram a estudar, e é de extrema importância que as crianças tenham conhecimento sobre a covid-19 e os cuidados que precisam ter.
“Se você conversar com uma criança de uma forma que ela entenda, ela vai guardar aquela informação e vai levar como verdade. Muitas pessoas acham que as crianças não entendem e subestimam essa capacidade, mas se você mostrar que ficar muito perto do coleguinha, usar máscaras e álcool e lavar as mãos, eles vão entender e vão obedecer”, informou a pediatra.
Infelizmente, com o avanço da pandemia e aquele surto nos casos de coronavírus, as crianças tiveram que ficar em suas casas e muitas delas acabaram adquirindo problemas, como ansiedade e depressão.
“Tivemos um ‘bum’ de crianças com crise de ansiedade nesse período, e muitas delas adquiriram depressão e chegaram até se suicidar, que é um assunto pouco comentado. Temos crianças mais ansiosas e com o uso do celular acabam não se comunicando. Hoje é muito fácil você entregar o celular na mão de uma criança para ela ficar quieta, mas lá na frente pode haver uma colheita muito ruim na família. É importante saber o que a criança está vendo no telefone, pois existem muitos casos de conteúdos inapropriados sendo colocado em meio aos conteúdos infantis”, finalizou a médica.
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