Familiares de desaparecidos em naufrágio na Guiana Francesa podem procurar Ciosp do Oiapoque
Até o momento, as investigações apontam que 25 brasileiros estavam na embarcação, sendo a maioria residente no Amapá.

Railana Pantoja
Da Redação
A presidente da Comissão de Relações Exteriores da ALAP, deputada estadual Cristina Almeida, informou na manhã desta segunda-feira (6) que um comitê está sendo montado com a Secretaria Estadual de Inclusão e Mobilização Social (SIMS) para ajudar familiares de brasileiros desaparecidos no naufrágio ocorrido no dia 28 de agosto, na Guiana Francesa.
“Muitos familiares nos procuram para saber mais informações, para colocar o nome do familiar na lista de desaparecidos ou sobreviventes. Até o momento, foram encontradas quatro pessoas vivas, sendo três homens e uma mulher. Dois homens, ao serem resgatados, conseguiram fugir antes de serem identificados. Então, na lista de sobreviventes temos dois nomes: Maria Elinete Corrêa Costa, natural do Maranhão, e o Ronaldo Rodrigues Mota, do Pará”, detalhou a deputada.
Apesar de ter acontecido no dia 28, somente em 31 de agosto, após uma sobrevivente ser encontrada, as autoridades brasileiras e francesas tiveram conhecimento sobre o ocorrido na foz do rio Approuague, no cabo Pointe Béhague. Além dos quatro sobreviventes, as autoridades francesas já encontraram três corpos no oceano.
“Um corpo já estava em decomposição e foi para análise, porque estão supondo que não seja de vitima do naufrágio. Dos outros dois, a gente aguarda informações das autoridades francesas. As notícias têm chegado de forma lenta, quem cuida do caso é a Polícia Nacional Francesa e ela repassa à Polícia Federal do Brasil. Estamos com um oficial de ligação residindo em São Jorge, é ele quem tem passado as informações oficiais”, complementou.

Até o momento, as investigações apontam que 25 brasileiros estavam na embarcação, que saiu de Oiapoque com 17 passageiros e três tripulantes.
Mesmo com capacidade para apenas 10 pessoas na embarcação, um dos pilotos teria feito uma parada em Vila Vitória, distrito de Oiapoque, onde mais cinco pessoas embarcaram. Além da superlotação de passageiros, ainda havia cerca de 700 quilos de carga.
“A maioria dos brasileiros era residente aqui no estado, embora de naturalidades diferentes. A gente sabe por causa das famílias que entram em contato conosco. Agora estamos pedindo que essas famílias procurem a SIMS, a partir de hoje (6) estamos com um comitê de crise, inclusive, que esteve reunido com a polícia francesa ontem (5) no município de Oiapoque. Dentro do Ciosp do Oiapoque temos uma sala instalada somente para tratar sobre o assunto. Qualquer informação deve ser levada a esses órgãos”, pediu.
Após sair de Oiapoque, os brasileiros seguiram para o lado francês durante a noite para tentar escapar da fiscalização marítima, mas no cabo Béhague a embarcação afundou durante uma tempestade. O destino era um garimpo ilegal na Guiana Francesa.
Preocupação
A presidente da Comissão de Relações Exteriores da ALAP ressalta a preocupação das autoridades com os brasileiros que se arriscam para entrar ilegalmente na Guiana Francesa.
“Na semana passada dialogamos justamente sobre essa situação e havíamos decidido lançar em novembro a campanha Brasileiro Legal, com o objetivo de conscientizar a não atravessarem de forma ilegal. O passaporte se tira muito rápido, o visto é um problema, sim, mas é preciso compreender que essa relação precisa ser obedecida. Aliás, temos vários tipos de visto que nem precisam ir para Brasília”, finalizou Cristina Almeida.
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