Desaparecimento de adolescentes completa 45 dias sem respostas no Lourenço
Jackson Rodrigues Pereira e Danilo de Souza Picanço, ambos de 17 anos, desapareceram no distrito do Lourenço, em Calçoene, após terem saído para uma área de garimpo no dia 25 de julho.

Elden Carlos
Editor-chefe
O desaparecimento dos adolescentes Jackson Rodrigues Pereira e Danilo de Souza Picanço, ambos de 17 anos, completou 45 dias nesta quarta-feira (08) ainda sem respostas concretas sobre o caso. Eles saíram de moto do distrito do Lourenço, no município de Calçoene, na noite de 25 de julho. O destino era uma área de garimpo que fica a cerca de meia hora de viagem do Lourenço, porém, os garotos não chegaram ao destino.
Na manhã desta quarta-feira, Maria Regiane de Deus Rodrigues, de 50 anos, que é mãe de Jackson, disse durante entrevista ao programa radiofônico LuizMeloEntrevista (Diário 90,9FM) que a família vive um drama com a falta de informações.
“Meu filho e o amigo dele saíram de casa para trabalhar e desapareceram. Inicialmente, me disseram que eles tinham ido para outro garimpo. Como não houve notícias, iniciamos as buscas uma semana depois. Procuramos a polícia e informamos o desaparecimento. Eu recebi uma informação de que algumas pessoas teriam visto uma caixinha de som, bebidas e roupas na beira do ramal do Reginam, e que havia um odor muito forte naquela área. Fomo até lá e encontrei a sacola de roupas do meu filho. Também havia um capacete”, disse a mãe.
Maria Regiane é mãe de Jackson e se diz desesperada com a falta de informações
O delegado da Polícia Civil de Calçoene, Niury Relry, que preside o inquérito, afirmou ter ouvido mais de 30 pessoas em depoimento, e que houve uma demora muito grande na comunicação do desaparecimento. “O lapso temporal de comunicação prejudicou bastante o trabalho. Só houve o comunicado do sumiço 19 dias depois. Mesmo assim, iniciamos de imediato as diligências e o trabalho prossegue. A família ficou de nos repassar o nome de uma importante testemunha que pode ajudar na elucidação dos fatos. Fomos até o companheiro da dona Maria, conhecido como ‘Gaia’, mas ele acabou se recusando a fornecer o nome. Isso está consignado no inquérito, inclusive”, declarou o delegado.
Delegado Niury Relry preside o inquérito
O comandante do Corpo de Bombeiros Militar do Amapá, coronel BM Wagner Coelho, disse que o comando só foi acionado sobre o caso no dia 20 de agosto. “Fomos comunicados sobre esse desaparecimento praticamente um mês depois. Enviamos uma equipe de busca e salvamento, mas como nada foi encontrado tivemos que suspender os trabalhos. Mas, caso sejamos requeridos novamente, estamos apostos para retomar as buscas”, assegurou.
Durante a entrevista, Maria Regiane fez uma declaração reveladora: “Um amigo nosso disse que ouviu de outra pessoa que houve um crime com dois mortos em um ‘par de máquinas’ na região onde os garotos desapareceram. O vigia dessa área teria atirado nas duas pessoas e matado uma na hora. A outra fugiu para o mato ferida. Depois, esse mesmo vigia teria enterrado o corpo. No dia seguinte o responsável por essa área de exploração foi comunicado e procurou a Polícia Militar. Só que ai o vigia já disse que não lembrava onde havia enterrado o corpo”, declarou.
Jackson é um dos garotos desaparecidos
Sobre a revelação da mãe de Jackson o delegado Niury disse desconhecer os relatos. “São fatos novos. Ouvi mais de trinta pessoas e nenhuma delas fez qualquer menção ao fato de tiros e mortes. Como ela disse que a Polícia Militar foi acionada, vou contatar o comandante da companhia de Calçoene, capitão Cecílio, para confirmar essa narrativa. Pedimos à população que qualquer informação concreta possa nos ser repassada para ajuda na elucidação”, concluiu.
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