Cidades

Em média, cinco casos de HIV são registrados por mês em grávidas atendidas pelo Hospital da mulher

Diagnóstico ainda no pré-natal é fundamental para diminuir as chances de transmissão do vírus da mãe para o recém-nascido.


Foto: André Rodrigues/Arquivo Sesa

Em média, cinco casos de HIV são registrados por mês em grávidas atendidas pelo Hospital da Mulher Mãe Luzia (HMML). Os números são referentes aos meses de janeiro e julho deste ano.

Em alguns casos, elas descobriram apenas durante a admissão para o parto, quando são realizados os testes que detectam Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs).

Segundo o articulador da rede de atenção materno-infantil, Weslley Lieverson, o diagnóstico tardio faz com que os protocolos de profilaxia necessários para diminuir as chances de transmissão do vírus da mãe para o recém-nascido fiquem limitados.

Com o diagnóstico realizado ainda no pré-natal, as grávidas encaminhadas para receber acompanhamento no setor de alto risco do HMML e para o Serviço de Atendimento Especializado e Centro de Testagem e Aconselhamento (SAE/CTA), onde serão realizados os exames que apontam a carga viral, a genotipagem do vírus e a dispensação das medicações para controle.

Além disso, o parto é agendado junto ao HMML para que a futura mãe possa fazer a cesárea eletiva para diminuição do risco de transmissão vertical do HIV durante o parto.

“Quanto mais espaçado é esse período de educação em saúde é melhor para ela conseguir absorver e internalizar e para que os profissionais possam ter um feedback do aprendizado dessa mãe. Seguindo as orientações corretamente, as chances de contaminação se tornam muito pequenas, já que os medicamentos controlam a carga viral para que o corpo possa aumentar a contagem de células de defesa”, explicou.

Além disso, com o acompanhamento, a paciente também é orientada sobre os cuidados pós-natais, que incluem a não amamentação, evitando a transmissão do vírus para a criança por meio do leite materno e a administração de medicação antirretroviral de emergência para o bebê logo após o nascimento e acompanhamento nos serviços de saúde.

O pré-natal ainda envolve o parceiro que também pode ser uma pessoa vivendo com o HIV, o objetivo é pensar na qualidade de vida e fortalecer os laços familiares com a participação do pai durante a gestação.

Wesley ainda esclarece que é possível conduzir a vida com o HIV de uma forma saudável, entretanto a prevenção é sempre a melhor escolha.

“Na prática, a pessoa pode ter uma vida normal, mas quanto mais precoce ela adquire o vírus, maior a probabilidade de desenvolver complicações durante a vida. No caso das crianças, elas podem ter propensão à imunidade  mais baixa e a desenvolver outras infecções e doenças oportunistas”, ressaltou.


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