Forças Armadas da Guiana encerram buscas por brasileiros desaparecidos em naufrágio
De acordo com o cônsul honorário da França no Amapá, Fabien Fournet, as Forças Armadas da Guiana Francesa (FAG) montaram uma megaoperação de resgate.
Reportagem: José Maria Silva
Especial para o Diário
Após cinco dias de intensas buscas que teve início dia 31 de agosto e finalizada em 4 de setembro, para encontrar náufragos, que segundo informações, são 25 pessoas que pretendiam entrar na Guiana Francesa de forma clandestina, as operações foram encerradas e um inquérito foi aberto.
“Estamos diante de uma situação muito estranha envolvendo cidadãos brasileiros que tinham como objetivo, entrar em território estrangeiro sem documentação legal e que foram vítimas de acidente marítimo”, disse o cônsul honorário da França no Amapá, Fabien Fournet em entrevista nesta semana.
De acordo com Fabien, as Forças Armadas da Guiana Francesa (FAG) montaram uma operação utilizando dois helicópteros, um avião, várias embarcações e militares do Corpo de Bombeiros, além de policiais da Gendarmerie (força policial militar subordinada ao Ministério da Defesa Francês) e durante as operações, eles encontraram três corpos em estado adiantado de decomposição, que estão sendo analisados cujo resultado de exames de constatação (DNA) será divulgado junto com a conclusão do inquérito, que deve durar no máximo 60 dias.
As FAG deram início as operações de buscas aos desaparecidos assim que a notícia do acidente veio à tona, dia 28 de agosto, a partir das informações prestadas por, Maria Elinete Correia Costa, 40 anos natural de Urbano Santos/ MA e de Ronaldo Rodrigues Mota, 48 anos natura de Belém/PÁ. Únicos sobreviventes identificados.
Ainda segundo o representante francês um fato que intriga as autoridades é que até o momento nenhum objeto como bagagem de passageiros, a embarcação e principalmente manchas de combustível no mar foram vistos, já que se trata de naufrágio, todos os indícios estão sendo apurados, cujo detalhamento está correndo em segredo de justiça, enfatizou o cônsul.
Em Oiapoque parentes continuam na expectativa de obterem informações sobre o que aconteceu e principalmente encontrar seus familiares.
Os investigadores responsáveis pelas buscas relataram este fato à Promotoria de Justiça da Guiana Francesa que abriu inquérito, afim de esclarecer o que pode ter acontecido.
O consulado brasileiro em Cayena na Guiana Francesa está acompanhando os trabalhos para informar aos parentes das vítimas.
Prisão de suspeitos: No dia 10/9 policiais federais e do Batalhão de Operações Especiais (Bope) do AP, localizaram e prenderam duas pessoas acusadas de envolvimento com o transporte de passageiros de modo clandestino para garimpos em território francês. A identidade de ambos não foi revelada. Há relatos que o grupo recebeu cerca de R$ 25 mil pelo serviço que não chegou ser concluído.
Informações foram prestadas pelo cônsul honorário da França no Amapá, Fabien Fournet
O cônsul mostra no mapa o possível local do naufrágio às proximidades do distrito de Kourou onde um cadáver foi encontrado, ou seja, entre Kourou e Cayena cerca de 64 km e 180 km distante do município de Oiapoque no Amapá local de onde a embarcação saiu.
O caso: uma embarcação saiu do município de Oiapoque, norte do estado do Amapá no início da noite de 28 de agosto, mês passado com 25 pessoas a bordo e tinha como provável destino, garimpos em território francês.
Por volta de 23h a embarcação afundou e até o momento somente quatro passageiros foram resgatados com vida, sendo que dois fugiram assim que chegaram em terra firme para não serem identificados, pois se tratava de viagem clandestina. Outros dois foram identificados e relataram à polícia alguns detalhes que deram início aos trabalhos de resgates.
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