Acusada de aliciamento e favorecimento à prostituição é presa em Calçoene
Samara Batista, de 34 anos, é investigada por constrangimento ilegal, ameaça e favorecimento à prostituição sexual de mulheres, crianças e adolescentes na comunidade de Cunani.

Elden Carlos
Editor-chefe
A juíza Ilana Kapah, da Vara Única da Comarca de Calçoene, decretou a prisão preventiva de Samara Alves Batista, de 34 anos, que é investigada pela Polícia Civil (PC) pelos crimes de constrangimento ilegal, ameaça e favorecimento à prostituição sexual de mulheres, crianças e adolescentes na comunidade de Cunani, localizado na zona rural do município de Calçoene, distante cerca de 364 quilômetros da capital, Macapá.
De acordo com o presidente do inquérito, delegado Kleysson Fernandes, Samara cooptava as mulheres – em sua maioria adolescentes – para fins de exploração sexual em uma residência localizada na comunidade. No local a mulher mantinha um pequeno comércio onde as ‘escravas sexuais’ eram obrigadas a contrair despesas para poder se alimentar.

A casa onde elas eram mantidas por Samara era frequentada por tripulantes de embarcações que navegam pela região. No despacho da magistrada constam os depoimentos de quatro mulheres, sendo duas de 16 anos, que teriam sido aliciadas e submetidas às condições de escravidão sexual.
As vítimas narram, inclusive, que para tentar escapar da casa de prostituição elas, no dia 16 de novembro, fugiram em uma pequena embarcação que acabou naufragando. Uma das ocupantes do barco era Milena Gonçalves da Silva, de 23 anos, que também era obrigada a se prostituir, e que acabou morrendo afogada.
As vítimas ainda denunciaram a prática de tráfico de drogas e a existência de armas de fogo no imóvel. Samara, inclusive, aparece em imagens ostentando uma arma de grosso calibre. As mulheres ainda relaram que a ‘cafetina’ fazia ameaças de mortes constantes.
A magistrada ainda justifica a prisão ante a informação de que Samara pretendia fugir do distrito de culpa para o estado do Pará. “Desse modo, ante o possível risco de fuga aliada a periculosidade demonstrada pela representada, certamente se mantida solta representará verdadeiro risco à ordem pública e à conveniência da instrução criminal, eis que as vítimas se sentem fortemente ameaçadas em razão da conduta agressiva do representada”, declara a juíza.
A investigada, por sua vez, nega as acusações e alega inocência, apesar de todas as evidências contra ela. Após a prisão a mulher foi ouvida em depoimento, passou por exame de corpo delito e seria encaminhara para o Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen).
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