Bolsonaro lança ministra Damares para o Senado, pelo Amapá; Guaracy será 1º suplente
O anúncio de Damares foi feito pelo próprio presidente Bolsonaro, na noite de quinta-feira (10), durante uma live. O nome de Guaracy Júnior, que costurava a candidatura, foi definido como 1º suplente na chapa.

Elden Carlos
Editor-chefe
O pastor evangélico e empresário, Guaracy Júnior, que entregou ficha de filiação recentemente no PTB/AP, confirmou na manhã desta sexta-feira (11), durante entrevista ao programa LuizMeloEntrevista (Diário 90,9FM), que a pastora evangélica e atual ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, de 58 anos, foi escolhida pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, para disputar vaga ao Senado, pelo Amapá.
O anúncio de Damares foi feito pelo próprio presidente, na noite de quinta-feira (10), durante uma live onde ele apresentou outros sete ministros que devem concorrer tanto ao Senado quanto ao governo de outros estados.
“Agora posso dizer que: ‘é prego batido, e ponta virada’. O nome de Damares para disputar o Senado, pelo Amapá, foi confirmado pelo próprio Jair Messias. Nós estivemos conversando essa semana com o presidente, durante encontro da Frente Parlamentar Evangélica, que contou com representantes de 90% das igrejas evangélicas do Brasil, e com forte participação, também, de líderes de igrejas católicas, e Bolsonaro, ao falar conosco sobre o Amapá, manifestou a vontade de Damares ser candidata pelo nosso estado. Ele declarou que a ministra era a pessoa certa para o Amapá. Eu concordei, mas declarei que precisávamos conversar com ela. Disse a ele que sabia haver boa disposição de Damares, mas que ela estava muito envolvida com as ações do ministério, e que era necessário esse sentar de mesa. A Damares tem um carinho enorme pelo Amapá”, disse Guaracy.
Questionado sobre a adesão de outras lideranças políticas amapaenses ao nome da ministra dos Direitos Humanos, Guaracy Júnior declarou que isso já vinha sendo costurado em conversas de bastidores. Ele revelou que a intenção de Damares era unir os conservadores amapaenses. “A ministra deixou claro, em conversa anterior, que seu interesse era a união dos conservadores do Amapá. Como nós já estávamos falando com o Cirilo [Fernandes], o prefeito Dr. Furlan, a coronel Palmira, a Drª Sueli Pini, a deputada Fátima Pelaes, deputada Leda Sadala, dentre outros notáveis políticos, percebi que o nome de Damares era unanimidade. E, quando foi na noite dessa quinta-feira, após o anúncio do presidente, eu e Cirilo, por meio de ligação de vídeo, comunicamos a ela a decisão de Bolsonaro, já que ela está no exterior”.
Indagado sobre o fato da citação da ministra, no dia 19 de janeiro deste ano, quando ela postou em uma rede social: “A minha vida é dirigida por Deus. Mas eu confesso que amo o Amapá. Eu amo meus ‘indiozinhos’ do Amapá!“, Guaracy afirmou que houve um mal entendido. A citação foi em resposta ao desejo de Bolsonaro que ela disputasse a vaga pelo estado amapaense. “Isso foi mal compreendido por muitas pessoas. Eu conheço a ministra há mais de 30 anos e sei que uma das coisas que ela ama fazer é ir às aldeias indígenas. Ela mantém um serviço de resgate de crianças que nascem com alguma deficiência. É que, em algumas culturas, as crianças que nascem com alguma deficiência são sacrificadas. Então, ela atua para resgatá-las, garantindo a manutenção da vida”, defende.
Damares Alves nasceu no Paranaguá, localizado no litoral do estado do Paraná. O líder religioso amapaense também foi questionado se a atual ministra de Bolsonaro conhecia o Amapá, seu chão, sua gente, suas peculiaridades e as necessidades do povo. Guaracy, de forma positiva, garantiu que sim. “Posso dizer que conhece, e muito. Ela morou por muitos anos no Pará, e sempre teve uma conexão com o Amapá, mesmo antes de ser conhecida. Ela sempre veio aqui, não de forma oficial, mas para executar seus trabalhos nas terras indígenas. Ela tem um carinho muito grande pelo Amapá, pela região do Marajó…ela conhece esse chão do Norte”.
Guaracy foi ainda provocado a responder se o anúncio do nome de Damares para disputar a vaga de senador pelo Amapá não seria apenas um ‘balão de ensaio’, ou seja, uma estratégia de Bolsonaro para colocá-la apenas como coordenadora da sua campanha de reeleição à presidência da República. “Não. A escolha do nome de Damares é para representar, de fato, o Amapá, a região Norte, com olhar diferenciado. É importante lembrar que, no ano passado, quando o presidente Bolsonaro disse que queria que Damares concorresse ao Senado, por São Paulo, junto com o ministro Tarcísio de Freitas, ao governo, ela deu uma ‘negativa respeitosa’ ao presidente Jair Bolsonaro, e disse que se fosse ao Senado, seria pelo Amapá. Agora, o presidente confirma o nome dela para disputar a vaga pelo estado amapaense. Damares é mulher de confiança dele e da primeira-dama, Michelle Bolsonaro.”
Guaracy Júnior vinha costurando nos últimos meses sua candidatura ao Senado, buscando musculatura em diálogos com várias lideranças. Mas, com a decisão de Bolsonaro, de quem se diz fiel escudeiro, o líder religioso revelou que vai compor chapa com Damares, na condição de 1º suplente. “Na última terça-feira (8), tratamos com o presidente [Bolsonaro] sobre essa possibilidade do nome de Damares. Foi quando ele declarou: – caso Damares venha, você [Guaracy] será o 1º suplente”. E prosseguiu: “Tenho muito apreço pelo presidente e entendemos que isso foi uma ordem. E, ordem dada, é ordem cumprida”.
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