Capitão PM que matou tenente é preso ao ser apresentado na Homicídios
O capitão reformado da PM, Joaquim Pereira da Silva, de 59 anos, foi preso na tarde desta quarta-feira (23) ao ser apresentado na Delegacia de Homicídios.

Elden Carlos
Editor-chefe
O capitão reformado da Polícia Militar do Amapá, Joaquim Pereira da Silva, de 59 anos, foi preso na tarde desta quarta-feira (23) ao ser apresentado na Delegacia de Homicídios, localizada no Centro Integrado em Operações de Segurança Pública (Ciosp) Macapaba, zona norte de Macapá.
Ele estava acompanhado do advogado de defesa, Charles Bordalo. A prisão de Joaquim, que confessou ter matado com um tiro na cabeça o colega de farda, tenente Kléber dos Santos Santana, de 42 anos, após uma discussão no trânsito, ocorreu dois dias depois que a juíza Lívia Cardoso, da Vara do Tribunal do Júri do Fórum de Macapá, decretou a ordem judicial.
No entanto, a defesa alegou que só foi cientificada nesta quarta-feira. “Assim que recebemos o comunicado, informamos ao delegado, de imediato, que apresentaríamos meu cliente. Isso é para demonstrar que não existe nenhuma intenção de fuga e que o capitão vem colaborando desde o início com as investigações. Esse pedido de prisão, sem concretude, é para satisfazer quem busca holofotes. Vamos provar a inocência dele. Ele agiu em legítima defesa. Outra coisa, essa história de que ele vinha ameaçando pessoas é totalmente inverdade. Seu Joaquim estava em casa, atendendo a todos os chamados das autoridades. Não existe nenhuma ocorrência policial que ele tenha ameaçado alguém, então, não existem elementos concretos que justifiquem a prisão”, declarou o advogado.
O delegado Luiz Carlos, que preside o inquérito, não comentou a prisão. Após ser ouvido na Homicídios, o capitão foi encaminhado para exame de corpo delito na Polícia Técnico-Científica (Politec), antes de ser levado ao Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen), para ser identificado. Depois disso, seria transferido para o Centro de Custódia, já que é capitão reformado da PM.
Entenda o caso
Uma possível discussão no trânsito, registrada na manhã do dia 24 de fevereiro deste ano, no cruzamento da Rua Odilardo Silva com a Avenida Cora de Carvalho, região central de Macapá, terminou com o assassinato do tenente Kleber dos Santos Santana, de 42 anos, lotado no Gabinete Militar da Assembleia Legislativa do Amapá (Alap). O crime foi cometido pelo capitão da reserva remunerada da própria corporação, Joaquim Pereira da Silva, de 59 anos, que fugiu do local.
O crime teria ocorrido por volta de 7h30, quando o tenente seguia em um carro particular levando o filho, de 4 anos, no banco de trás, para escola. De acordo com o delegado Luiz Carlos, da Delegacia de Homicídios, vítima e acusado teriam iniciado uma discussão no trânsito momentos antes.
“Testemunhas relatam que vítima e atirador teriam tido uma discussão antes desse ponto. Quando chegou no cruzamento, o capitão teria desacelerado e efetuado quatro disparos que atingiram o pára-brisas e a lataria traseira do carro da vítima. Foi um ato covarde pelas costas. O tenente foi atingido na cabeça provavelmente ao se virar para olhar para trás, onde estava o filho. A criança, apesar da pouca idade, relatou o que ouviu durante a discussão”, disse o delegado.
O presidente do inquérito adiantou que o major agiu por motivo fútil e recursos que impossibilitaram a defesa da vítima, além da tentativa de homicídio qualificado em relação à criança.
Reportagem e fotos: Jair Zemberg
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