Polícia

PF prende líderes de organização criminosa que negociava venda ilegal de ouro e urânio a partir do Amapá

Segundo a PF, o objetivo da operação é reprimir as ações de uma organização criminosa que atua no comércio ilegal de extração e comercialização de ouro e urânio. A base de operações do esquema é o Amapá.


Elden Carlos
Editor-chefe

A Polícia Federal (PF) cumpriu 11 mandados de busca e apreensão e 8 mandados de prisão preventiva na manhã desta quinta-feira (24) durante a ‘Operação Au92’, deflagrada no Amapá e em mais cinco estados brasileiros. As ordens judiciais foram cumpridas nas cidades de Macapá (AP); Ananindeua (PA); Rio de Janeiro (RJ); São Paulo (SP); Natal (RN) e Palmas (TO).  Três das prisões ocorreram na capital amapaense.

Segundo a PF, o objetivo da operação é reprimir as ações de uma organização criminosa que atua no comércio ilegal de extração e comercialização de ouro e urânio. As investigações iniciaram a partir da apreensão de documentos que revelaram a existência de um comércio transnacional desses minérios, tendo o Amapá como base da organização. A operação desta quinta-feira mirou negociadores e compradores.

A Polícia Federal declarou que o grupo falsificava documentos para ‘regularizar’ os minerais, que pertencem à União, e com isso davam ‘ar de legalidade’ às transações que tinham como destino alguns países da Europa. O levantamento de dados também descobriu que parte do ouro negociado no mercado paralelo era extraído nas regiões da Guiana Francesa e Suriname, e ‘esquentado’ no Distrito do Lourenço, em Calçoene (AP).

De Calçoene, o minério era transportado e armazenado nos municípios de Porto Grande e Macapá, sendo levado do Amapá para outros estados por meio de pistas clandestinas de avião. Também havia a extração de ouro na Venezuela. Nesse caso, as negociações eram feitas a partir da cidade de Boa Vista (RR).

A investigação revelou ainda que as transações criminosas eram altamente lucrativas. Em apenas um dos negócios fechados a organização faturou mais de R$ 115 milhões. Outro negócio rentável era a comercialização de urânio, vendido diretamente para compradores de países europeus.

A Polícia Federal não divulgou os nomes dos presos na operação. Eles devem responder pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica, usurpação de matéria-prima da União e extração ilegal de minério. As penas podem chegar a 26 anos de prisão.

O nome da operação é uma referência ao símbolo do ouro (Au) e do número atômico do urânio (92) na tabela periódica.

Imagens: Divulgação/PF


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