Agrônomo propõe debate eleitoral sobre política de saneamento básico para o Amapá
Cristóvão Lins é autor e pesquisador renomado em toda a Amazônia, e diz que a coleta seletiva ainda é algo distante, pois a população convive com lixões a céu aberto.

Cleber Barbosa
Da Redação
Hoje existem lixões em todas as partes do mundo, em diferentes estágios de armazenamento e formas de tratamento, o que é um sério problema de saúde pública. Pensando nisso, o engenheiro agrônomo Cristóvão Lins propõe um amplo debate durante as Eleições 2022 entre os candidatos e a sociedade em geral, a fim de proporcionar uma proposta exequível para o saneamento dos locais, e transformá-los em um material aproveitável, por exemplo, na agricultura.
Segundo o pesquisador, lixões existentes atualmente no Brasil, especialmente no Amapá, geralmente apresentam as mesmas características pela falta de coleta seletiva e programas de reaproveitamento de materiais recicláveis como vidro, plástico, metais, entre outros, o que faz com que os materiais orgânicos que poderiam sofrer decomposição natural não sejam aproveitados.
“Antes de apresentarmos a maneira de tratá-los para transformá-los em fertilizantes, devemos considerar que fertilizantes orgânicos propiciam uma melhor atuação dos adubos químicos, diminuindo a quantidade destes porque quando o solo é de boa qualidade, a necessidade de fertilizante químico diminui”, explica Lins.
Portanto, quando se pretende adubar um determinado solo, deve-se fazer previamente uma análise química deste solo para sabermos quais as suas necessidades nutricionais. No caso de um solo de cerrado que recebeu fertilizante orgânico, este receberá menos adubo químico.
A solução que o professor Cristóvão Lins apresenta para os lixões viciados já existentes seria a instalação, ao lado do mesmo, de uma primeira separação do material estritamente orgânico úteis à compostagem – restos de comida, de frutas, hortaliças, plantas, galhos, etc. “Do resto dos materiais presentes no lixão que seria submetido, a uma segunda separação, com materiais de origem orgânica como objetos de madeira, de tecido e outros. De materiais de origem inorgânica como plástico, vidro, metal e etc”, pondera.
Esses materiais de origem orgânica seriam queimados e suas cinzas ricas em potássio seriam colocadas em cima do material orgânico separado primeiramente. Ele frisa que este processo se daria apenas uma vez nos lixões que já existem – lixões viciados – já que os mesmos não sofreram a seleção prévia dos resíduos, mas com o novo tratamento, seria implantada concomitantemente um programa de coleta seletiva e reciclagem.
Após o tratamento do lixão viciado descrito acima, o material orgânico seria coberto com uma camada de alguns centímetros de um solo fértil – uma inovação proposta – , a partir deste primeiro tratamento e com a implantação da coleta seletiva prévia a chegada do lixo na área de descarte ,também se poderá por uma camada de terra fértil como forro para receber o lixo e outra camada por cima. “Ficando assim com duas camadas de solo rico para facilitar a compostagem como, por exemplo, uma terra roxa estruturada, extraída de um local próximo para aumentar a fertilidade da compostagem, agindo também como uma esponja absorvente do chorume produzido pelo lixo, um grande problema para os lençóis freáticos”, completa o autor.
Na Amazônia,diz, os solos são muito pobres, Terra Roxa estrutur
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