Polícia

Padre cubano e crianças estão entre imigrantes ilegais interceptados em embarcação na Operação Hórus

Embarcação pilotada por um coiote foi interceptada madrugada deste sábado (16), próximo à ilhota do Bico do Papagaio, em Oiapoque, durante a Operação Hórus.


Elden Carlos
Editor-chefe

 

Vinte e nove pessoas, sendo 13 cubanos, 1 colombiano, 14 brasileiros e um somali, foram flagrados em uma embarcação pilotada por um coiote na madrugada deste sábado (16), próximo à ilhota do Bico do Papagaio, distante cerca de duas horas de viagem da sede do município de Oiapoque, no extremo Norte do Brasil, durante a Operação Hórus, coordenada pelo delegado Charles Corrêa, da Polícia Civil do Amapá.

A operação foi deflagrada por volta de 21h de sexta-feira (15). Policiais civis e penais montaram campana por cerca de seis horas na ‘boca do oceano’, até interceptar a embarcação que vinha do Suriname. Entre os passageiros estavam duas crianças, sendo uma brasileira, de 1 ano e 4 meses, e outra cubana, de 4 anos. Um padre, também cubano, foi identificado entre os passageiros. Ainda foram apreendidos cerca de 20 quilos de mercúrio. Geralmente esse produto é utilizado em regiões de garimpo clandestino.

“Tínhamos a informação sobre essa embarcação. Essa travessia é extremamente perigosa. Existem relatos de diversos naufrágios nessa região. Depois de cerca de seis oras de campana, conseguimos interceptar o transporte. O coiote e dois traficantes foram presos. Esses traficantes já vinham sendo monitorados. Eles são contumazes no tráfico de drogas e armas na fronteira, inclusive, de armamento de grosso calibre, como fuzis. Essas armas são levadas para Oiapoque, seguem para Macapá e de lá para outros estados da federação. Estamos fechando o cerco nessas rotas para reprimir esses crimes”, disse o delegado Charles.

Ainda durante a operação, foi preso um homem em uma catraia que é usada como ‘táxi’ fluvial regular. Geralmente essas catraias fazem viagens entre Oiapoque e São Jorge, na Guiana Francesa. “É uma prática já conhecida. Os coiotes trazem os imigrantes ilegais até a boca do oceano. Aqui, fazem o transbordo para as catraias no sentido de fazer parecer que são viagens legais. Prendemos o sujeito responsável por essa catraia em flagrante também”, complementou.

O delegado revelou ainda que os coiotes cobram de cada passageiro brasileiro transportado cerca de € 350 euros, o equivalente a pouco mais de R$ 1.770. Já cubanos e outros estrangeiros pagam US$ 450, o que equivale a cerca de R$ 2.115.

Os homens presos e as outras pessoas foram levadas para Oiapoque. Os presos vão responder pelos crimes de migração ilegal, atentado contra a segurança do transporte marítimo e fluvial, associação criminosa e crime ambiental,. Por transportar substância nociva sem as formalidades legais.

Imagens: Divulgação/PC


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