Heraldo Almeida
Marapanim: “A terra do Carimbó”

O Carimbó é considerado um gênero musical de origem indígena, porém, como diversas outras manifestações culturais brasileiras, miscigenou-se recebendo outras influências, principalmente negra. Seu nome, em língua tupi, refere-se ao tambor com o qual se marca o ritmo, o curimbó, feito de tronco de madeira e pele de animal.
Surgida em torno de Belém (PA) na zona do Salgado (Marapanim, Curuçá, Algodoal) e na Ilha de Marajó, passou de uma dança tradicional para um ritmo moderno, influenciando a lambada e o zouk.
O município de Marapanim é considerado “A Terra do Carimbó”. Na sede do município e em outras localidades existem dezenas de conjuntos de Carimbó, tais como: Flor da Cidade, Uirapuru, Raízes, Os Brasas de Marapanim, entre outros. O maior compositor de carimbó de todos os tempos foi um Marapaniense, mestre Lucindo Rabelo da Costa, nascido às margens do Rio Cajutuba.
De rara beleza poética, as canções compostas por Mestre Lucindo falavam de mar, lua, sol, mulher, saudade, pescaria, pássaros, afim, de todas essas coisas que fazem parte do cotidiano do paraense nascido e criado na região do Salgado.
Sendo a música preferida pelos pescadores marajoaras, embora não conhecida como carimbó até então, o ritmo atravessou a baía de Guajará com esses pescadores e veio dar em praias do Salgado paraense. Em algumas regiões próximas às cidades de Marapanim e Curuçá, o gênero se solidificou, ganhando o nome que tem hoje.
Maranhãozinho, no município de Marapanim; e Araquaim, em Curuçá, são dois dos sítios que reivindicam hoje a paternidade do gênero, sendo o primeiro o mais provável deles. Em Marapanim, na região do Salgado, nordeste paraense, o gênero é bastante cultivado, acontecendo anualmente o “Festival de Carimbó de Marapanim — O Canto Mágico da Amazônia”, no mês de novembro, como lembra, Vanilson Monteiro (Vavá), um dos filhos mais ilustres e apaixonados dessa terra santa e abençoada.
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Olha meu bem
Os guarás que voltaram do sul
Esvoaçam e dançam alegres
Porque o céu do norte ainda é azul
Osmar Júnior
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Teatro
Dias 9 e 10 de julho vamos gargalhar com o espetáculo teatral, ‘Bar Caboclo Especial de Férias, com o grupo Língua de Trapo. Na sede do Bloco a Banda (Av: Ernestino Borges – Centro), a partir das 21h. Mais informações: 98102-7499.
Dança
O grupo de dança amapaense, Âmago, vai participar do Festival de Dança de Joinville, de 19 a 30 de julho, em Santa Catarina. Boa sorte.
Festival
Liga Macapá de Quadrilha Junina vai realizar o 3º Festival ‘Sandro Rogério’, dias 4 e 5 de julho, na quadra do Super Fácil – Beirol, a partir das 19h. São 15 grupos na disputa. Mais informações: 99149-1672.
‘Jaçanã’
Título do livro que reúne grandes nomes da poesia da Amazônia, assim como a amapaense Annie de Carvalho, poeta tucuju. ‘Jaçanã – Poética Sobre as Águas’.
Guarás
Poetinha Osmar Júnior é autor da música ‘Quando Voltam os Guarás’, do disco que tem o mesmo nome. “Olha meu bem, os guarás que voltaram do sul esvoaçam e dançam alegres, porque o céu do norte ainda é azul…”.
‘Açaí Fruta Mãe’
Título da poesia cantada de Negra Áurea, já disponível em seu canal no YouTube. “Uma referência ao açaí, dando a ele a importância de fruta mãe, por ser responsável pela base alimentar da população nortista”, disse a artista.
‘Raiz’
Nome do disco da cantora paraense, Leila Pinheiro, em defesa das causas amazônicas. Uma forma de proteção e alerta aos descasos com a floresta.
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