Wellington Silva
Maldições maçônicas: lendas ou causa e efeito?

Muito se fala até hoje sobre maldições, suas causas e efeitos, sendo sempre a mais comentada a proferida por Jacques de Molay, último Grão-Mestre da lendária Ordem dos Templários, morto no ano de 1.314.
Dia 13 de outubro de 1.307, centenas de Cavaleiros Templários foram presos na França por agentes do rei Felipe o Belo e depois expostos a cruéis torturas para confessarem uma heresia que nunca existiu. O rei, envolto em dívidas, inclusive com os próprios Templários, resolve colocar em prática tal plano diabólico e usa sua influência sobre o Papa Clemente V, sob sua dependência, para extinguir a Ordem e se apropriar de todo o seu patrimônio físico e bens. Com o apoio de seu ministro, Guilherme de Nogaret, imediatamente espalha notícias falsas no reino acusando os Templários de heresia, imoralidade, sodomia e outros graves crimes.
De acordo com a memória oral, quando as chamas da covarde e cruel fogueira começaram a queimar a carne de Jacques de Molay este amaldiçoa o rei Felipe e seus descendentes, o ministro Guilherme de Nogaret, e amaldiçoa também o papa Clemente V, afirmando que todos seriam convocados diante do Grande Tribunal Divino para prestar contas de ato tão vil e covarde contra a Ordem, isso, no prazo máximo de um ano. E, de fato, os três tiveram um fim trágico, no prazo de um ano. Provavelmente, talvez esta seja a origem da falada sexta-feira 13 ser considerada até hoje um dia de mau agouro. Historicamente, pode ser a partir deste fato a divulgação de diversas narrativas populares, geradas pelo clero e a nobreza, de que as Ordens Iniciáticas, Rosa-Cruzes, Maçons, tenham pacto e culto com o “coisa ruim”.
Mas, temos também João Batista, padroeiro da Maçonaria, considerado um verdadeiro exemplo de retidão!
Ele renunciou o mundo profano e abraçou a Deus, a humildade e a contemplação a natureza, indo morar no deserto. Sobre Roma, suas orgias e corrupção moral, assim São João Batista se manifestou:
“ Tempo passará, e não mais restará pedra sobre pedra deste império maldito”!
A afirmação, histórica, de São João Batista, foi ratificada pelo Divino Mestre! Tempos depois, Roma cai na mão dos bárbaros…
Pessoalmente, para mim, não existe triste exemplo mais emblemático de perseguição, arrogância, traição e brutal violência contra Irmãos de Ordem do que o praticado por Robespierre, na França, contra seus Irmãos Maçons, isso na qualidade de grande líder do chamado Clube dos Jacobinos após a histórica queda da Bastilha, ocorrida no dia 14 de julho de 1.789. O Clube, extremamente radical, condenava até pessoas de espírito moderado para a guilhotina quando estas expressavam atos e opiniões mais amenas em relação a Revolução Francesa. Este período ficou conhecido como o regime do Grande Terror. Tempos depois, ironicamente Robespierre é vítima de suas próprias injustiças, excessos e barbárie, guilhotinado em praça pública, sob o olhar de populares.
No Brasil, dia 18 de abril de 1.792, no reinado de Dona Maria, a louca, os Inconfidentes mineiros são condenados, no Rio de Janeiro, e depois torturados e enforcados. Diz a memória oral que uma maldição foi lançada sobre a rainha e a todos os algozes da Inconfidência Mineira. Meses após a condenação e morte dos Inconfidentes a rainha fica mentalmente tão instável que chega a correr pelos corredores do Palácio Real, dizendo sempre ver vultos…
Hitler e seus nazistas chegaram a usar símbolos e imagens de antigas Ordens Iniciáticas, imagens e representações simbólicas que depois se viraram contra eles, com tudo acabando em grande tragédia…
Portanto, somos resultado de tudo aquilo que pensamos, agimos, fazemos, realizamos de bom ou de ruim neste plano temporal terreno de vida. A isso, chamamos de lei de causa e efeito, justamente, a lei natural do livre arbítrio.
A escolha entre o que é certo e o que é errado, o que é justo e o que é injusto, o que é moral e o que é imoral, só depende, de cada um de nós!
Não existe pior coisa para si do que perseguir injustamente alguém que caminha na retidão, principalmente, se ele for um Iniciado!
Refletir, é preciso!