Iraçu aponta situação fundiária do Amapá como entrave para a pecuária
Presidente da Faeap entende que resolvida a questão das terras, estado poderá trabalhar com búfalos confinados em terra firme

Douglas Lima
Editor
O presidente da Federação de Agricultura e Pecuária do Amapá (Faeap) e do Conselho Deliberativo do Sebrae-AP, Iraçu Colares, aponta a indefinição fundiária como principal entrave para a pecuária do estado se desenvolver em condições de suprir o abastecimento interno.
Iraçu manifestou o ponto de vista ao Sistema Diário de Comunicação na manhã desta sexta-feira, 14, ao falar em alusão ao Dia da Pecuária, que hoje transcorre. Ele observou que a pecuária é uma atividade econômica de fundamental importância para o país, mas que o Amapá ainda não conta com avanços tecnológicos que possam melhorar as suas atividades no setor.
O gestor da Faeap registrou que a pecuária é uma constante no Amapá, secularmente, apontando como exemplos dessa longevidade a fazenda Bela Vista, pertencente ao lendário Coronel Arlindo nos hoje municípios de Amapá e Calçoene, e também a região do Araguari, cujas atividades remontam ao ano 1900.
“Apesar de todo esse tempo de nossas atividades pecuárias, ainda não conseguimos abastecer as cidades com carne. Para isso, temos que ser socorridos pelo Pará. Mas esperamos o destravamento das terras do estado, o que possibilitará uma evolução tecnológica e consequentemente a produção de grãos”, analisou.
Iraçu Colares registrou que em recente avaliação o Amapá conseguiu produzir cinco mil hectares de grãos, enquanto o estado de Roraima chegou a 120 mil hectares. “Algo tem que se feito para destravar esta situação, e isso sem dúvida é a normalização da situação fundiária”, ressaltou.
O presidente da Federação de Agricultura e Pecuária citou o que já se sabe há algum tempo: de 80% a 90% da carne abatida e consumida no Amapá é de origem bubalina. Mas contrapôs analisando que consumir búfalo é preconceito que precisa ser quebrado.
Em defesa do consumo de búfalo, Iraçu informou que recentemente participou de evento no Vale da Ribeira (SP), onde a principal fonte econômica é a banana, mas também onde se produz mozzarella com leite de búfala. O Sistema Diário descobriu, em pesquisa, que apreciada desde os tempos romanos, a mozzarella em sua receita original leva mesmo leite de búfala.
Por fim, o entrevistado pontuou que a criação de búfalos no Amapá começa a fazer experimentos com esses animais confinados em terra firme, o que menos impacta o meio ambiente, “mas para isso acontecer em plenitude temos que ter a questão fundiária resolvida”.
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