Professor avalia que prova do Enem foi de protesto aos quatro anos do governo Bolsonaro
André Henrique é no Amapá quem mais colabora para o Banco de Dados do Inep, de onde saem as perguntas para o Exame Nacional do Ensino Médio

Douglas Lima
Editor
Na avaliação do professor André Henrique a prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) desse domingo, 13, foi de protesto aos quatro anos do governo Bolsonaro e de resistência à política que segundo ele é adotada no Brasil contra as populações mais tradicionais e o povo mais sofrido.
No primeiro dia de prova do Enem os participantes responderam a 45 questões de linguagens (40 de língua portuguesa e cinco de inglês ou espanhol), 45 questões de ciências humanas e escreveram uma redação. A próxima prova será dia 20 com 45 questões de Matemática e45 de ciências da natureza (Química, Física e Biologia).
Analisando o teste de domingo passado, no programa ‘LuizMeloEntrevista’ desta segunda-feira, 14, o professor disse que a prova, no todo, foi bastante acessível em relação aos dois últimos enens, principalmente por ter abordado temas como direitos dos povos indígenas, quilombolas e de outras populações tradicionais, além de racismo, feminicídio, e ainda viajando pela guerra da Ucrânia, transição da Idade Média para a Idade Moderna e recuando para os tempos dos filósofos Sócrates, Platão e Aristóteles.
André Henrique, que ensina Ciências Humanas na Escola ‘Augusto dos Anjos’, tem larga experiência como professor de cursinhos para o vestibular, Enem e concursos públicos. Ele é quem mais no Amapá colabora para o Banco de Dados do Inep, de onde saem as perguntas para o Exame Nacional do Ensino Médio. Até agora, o mestre já tem no Banco de Dados 750 questões.
O professor viu que os menos favorecidos do país passaram os últimos quatro anos sofrendo ataques do presidente Jair Bolsonaro, notadamente os habitantes do Norte e Nordeste. André registrou que somente o Amapá tem 288 comunidades tradicionais catalogadas e alguns povos indígenas com terras ainda não demarcadas.
“Essa prova mensurou o governo Bolsonaro e provocou o presidente eleito Lula que em sua campanha se posicionou em defesa dos menos favorecidos do país”, avaliou o professor, para em seguida alertar sobre as reclamações de estudantes do Sul e Sudeste com as questões pertinentes às comunidades tradicionais.
“Isso é um exemplo de que muitos vivem no Brasil sem conhecer o Brasil. Certa vez estive no estádio Maracanã, para assistir a um jogo. Eu empunhava a Bandeira do Amapá, e um torcedor, lá, disse que o Flamengo era mesmo poderoso, pois tinha torcedor até na África. Eu expliquei que aquela era a Bandeira do Amapá; ele respondeu: e o cara ainda fala português”, exemplificou.
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