Mineradora com atuação no Amapá confirma falência com base na legislação do Canadá
A Great Panther que tem como subsidiária a Mina Tucano também enfrenta processo de recuperação judicial no Brasil

Paulo Silva
Da Redação
A mineradora canadense Great Panther, que no Amapá controla a Mina Tucano, acaba de anunciar que “voluntariamente” declarou falência com base na legislação do Canadá. A medida vale apenas para a sede da produtora de ouro e não afeta o processo de recuperação judicial de sua subsidiária brasileira, Mina Tucano, que continua em tramitação na Justiça do Rio de Janeiro. A empresa afirma que a decisão ocorreu após a Suprema Corte da Colúmbia Britânica “conceder uma ordem de encerramento de seus processos”.
Dois meses atrás, saiu a informação de que a mineradora entrara com pedido de recuperação judicial no Canadá e no Brasil para se proteger de credores e estava negociando a venda de seus ativos no Peru.
O Minera Brasil teve cesso ao pedido de recuperação judicial protocolado pela Great Panther na justiça do Rio de Janeiro, com a listagem de credores. Os valores das dívidas da empresa chegavam a R$ 1,2 bilhão.
Uma fonte que acompanhava de perto as negociações disse que alguns fatores contribuíram para a derrocada da mineradora no Brasil. Segundo a fonte, o plano de lavra da empresa foi superdimensionado e “não condizia com a realidade”. Além disso, foi agravado por problemas de “geotecnia, que afetaram a segurança da operação”.
Ainda de acordo com a fonte, a mineradora pode ter subestimado ter que operar em um “local remoto e em condições adversas”. Na língua tupi, o nome “Amapá”, onde a empresa opera, significa “o lugar da chuva”.
Deslistagem na Bolsa
Com a abertura do processo de recuperação judicial na Justiça canadense, a Great Panther teve a negociação de suas ações suspensas pela Bolsa de Valores de Toronto (TSX). A TSX informou à mineradora que havia um processo de revisão da elegibilidade para listagem contínua da empresa.
Além da TSX, a companhia foi notificada pela Bolsa de Valores de Nova York (NYSE) sobre abertura de processo para retirada do mercado das ações da mineradora, que “não estava mais em conformidade com os padrões de listagem estabelecidos” pela instituição.
No caso do Brasil, a recuperação judicial envolve a Mina Tucano e sua acionista Beadell. O processo foi apresentado na Justiça do Rio de Janeiro com o objetivo de “permitir que os devedores tentem reestruturar suas operações e passivos e para enfrentar uma situação de dificuldade financeira”.
Com o processo, as empresas obtêm proteção contra ações de cobrança e execução a fim de “preservar sua liquidez e patrimônio e negociar efetivamente com seus credores” um plano de recuperação “visando maximizar o valor das partes interessadas”.
À época, a companhia ressaltou que a Mina Tucano e seus acionistas permaneceriam na posse de seus ativos e “continuariam a controlar e administrar o negócio”.
A mina de ouro Tucano, no Amapá, seria posta em cuidados e manutenção, informou a mineradora ao anunciar o início do processo de recuperação judicial no Canadá.
A Great Panther afirmou ainda que a paralisação da mineração na mina do Amapá era “temporária” e iria ocorrer enquanto a empresa “explorava alternativas para maximizar valor”.
Por fim, a mineradora afirmou que iria continuar a processar estoques atuais da mina, mas rescindiria “diversos contratos relevantes” da operação como parte do processo de recuperação judicial.
(Com informações do Minera Brasil)
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