Fúria do rio Amazonas destrói 15 moradias no Araxá
Fenômeno da alta do nível do rio com fortes maresias é explicado pela Meteorologia como ocorrência de maré meteorológica
Douglas Lima
Da Redação
Em decorrência da forte chuva com temporal, que elevou o nível do rio Amazonas e agitou as suas águas, nessa terça-feira (27) de manhã, 15 famílias do Araxá tiveram as suas moradias destruídas.
As casas eram de madeira. Como providência imediata, a Prefeitura de Macapá alojou sete famílias desabrigadas na Escola Maria José Ferreira, no Araxá mesmo; as outras famílias que ficaram sem residência estão em casas de parentes, amigos ou conhecidos.
A prefeitura anunciou que cada família atingida pela fúria da natureza receberá R$ 350 a título de aluguel social. Elas mesmas terão que procurar os imóveis que alugarão para morar provisoriamente até que haja uma definição para os seus futuros.
No meio da tarde de terça-feira, nas redes sociais, o prefeito Dr. Furlan anunciou que o senador Lucas Barreto havia conseguido alocar o recurso que será destinado às famílias desabrigadas para pagamento do aluguel social.
Explicação técnica
No programa ‘LuizMeloEntrevista’ (Diário FM 90,9), na manhã desta quarta-feira, 28, o coordenador do Núcleo de Meteorologia do Iepa, Jeferson Vilhena, informou que o fenômeno acontecido em Macapá, na manhã de terça (27), foi a ocorrência de uma maré meteorológica, no sul do país chamada de ressaca.
A violência das maresias do rio Amazonas atingiu não só o Araxá, mas toda a orla da cidade, invadindo pontos nas proximidades da Fortaleza de São José de Macapá e do bairro Perpétuo Socorro.
Jeferson Vilhena explicou que a maré meteorológica ocorre quando chuva com vento forte coincide com a maré alta do Amazonas, em decorrência da formação geográfica do rio em frente a Macapá – largo e de pequena profundidade.
O meteorologista também explicou que as nuvens carregadas de água que atingirão Macapá até ao fim do Inverno, em maio de 2023, passam desde a Guiana Francesa até ao estado do Ceará, sendo presentes, no percurso, também no Pará, Maranhão e Piauí.
Jeferson ainda disse que as nuvens são provenientes da zona de convergência intratropical, causando chuvas no litoral amapaense até ao Arquipélago do Marajó. “Poderá ser comum termos marés meteorológicas durante todo o período chuvoso. Quanto mais intensa a chuva, mas intensa a maré meteorológica”, concluiu.
Drama
Convivendo com outras seis famílias na Escola Maria José Ferreira, no Araxá, o casal Reginaldo da Cruz e Rosinete, com os dois filhos, perdeu totalmente a casa onde moravam, destruída pela força das águas. Mas, às pressas, conseguiram salvar roupas e a televisão. Só. Duas ou três famílias perderam tudo. E um violão conseguiu sobreviver à tragédia.
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