1 ano: mãe do tenente Kleber expõe dores da família e clama por justiça
Após uma discussão de trânsito, o tenente foi morto a tiros pelo capitão da reserva remunerada da PMAP Joaquim Pereira

Railana Pantoja
Editora-chefe
Era 24 de fevereiro de 2022 quando Kleber dos Santos Santana, de 42 anos, tenente da PMAP lotado na Alap, ia deixar o filho de quatro anos na escola. A ação foi interrompida após uma discussão de trânsito, quando o tenente foi morto a tiros pelo capitão da RR da PMAP Joaquim Pereira Silva. O fato ocorreu no cruzamento da rua Odilardo Silva com a avenida Cora de Carvalho, nas primeiras horas da manhã do dia 24.
O capitão encontra-se preso aguardando julgamento. De acordo com a denúncia ofertada pelo Ministério Público do Amapá, “a autoria do crime foi comprovada pelos diversos depoimentos de testemunhas oculares do fato, imagens de câmeras de segurança, registros feitos pelos celulares de populares, bem como a confissão do denunciado e demais elementos informativos colhidos no bojo do procedimento”. Segundo a Defesa, a ação ocorreu em virtude de legítima defesa, uma vez que, na versão de Joaquim, a vítima teria apontado uma arma de fogo em sua direção.
Na data em que o caso completa um ano, a mãe do tenente, Creuza dos Santos, expôs as dores que a família enfrenta desde a morte de Kleber. O filho da vítima, na época com 4 anos de idade, faz acompanhamento psicológico e ainda lembra de toda a situação.
“Desde que meu filho foi embora a minha vida tem sido muito difícil. É uma saudade sem fim e tem as sequelas que ficaram. Meu bebê tinha 4 anos na época, mas ele é uma criança com habilidades especiais, então ele lembra e sabe tudo. Ele dormiu comigo e o avô dele na noite passada e está muito triste hoje. Ele teve que ir para a aula, pra tentar não pensar muito nisso. Uma semana atrás a psicóloga mandou uma mensagem dizendo que ele não tava bem. Então, são muitas sequelas. Isso tudo me leva a sofrer muito, porque sofro por todos”, relata a mãe do tenente Kleber, Creuza dos Santos.
Emocionada, a mãe conta também que chora todos os dias, apesar de tentar ser forte pela família que ficou.
“Eu choro todos os dias. Meu esposo quase não fala, mas ele quase também não dorme. Desde que nosso filho foi embora, meu esposo só cochila e vara a madrugada acordado e triste. Nossa vida está assim. Eu clamo por justiça”, pediu.
Sem previsão para o julgamento do capitão, a mãe clama por celeridade da justiça em relação a este homicídio. Inclusive, a família já fez atos para chamar atenção do poder público, em frente ao Tribunal de Justiça do Amapá (TJAP) e do Ministério Público do Amapá (MPAP).
“Hoje (24) completa um ano que meu filho foi brutalmente assassinado e ainda não foi marcado o julgamento, mas ele [capitão] se encontra preso há 11 meses. Nós estamos lutando para que esse julgamento não demore tanto, porque a injustiça e a demora também matam”, finalizou Creuza dos Santos.
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