Cidades

Petrobras vai investir de US$ 6 bilhões nos próximos cinco anos em atividades de exploração da Margem Equatorial

O início da fase de exploração na margem, que vai do Amapá até o Rio Grande do Norte, aguarda o licenciamento do IBAMA


 

A Petrobras afirmou que seus investimentos voltados às atividades de exploração previstos para os próximos cinco anos são da ordem de US$ 6 bilhões, com foco principal em sustentabilidade, tanto econômica quanto ambiental. A estratégia da companhia prioriza os novos projetos de exploração, tais como os que serão implementados na Margem Equatorial brasileira, a partir do Amapá, e no bloco de Tayrona, na Colômbia, este último voltado à produção de gás. A informação é da Agência CMA.

 

Essas informações foram apresentadas pelo diretor de Exploração e Produção da Petrobras, Fernando Borges, em sua participação no painel “Latin American Upstream: Competitiveness in global markets” apresentado hoje, na CERAWeek 2023, feira de óleo e gás, sediada em Houston (EUA).

 

O início da fase de exploração na Margem Equatorial, que vai do Amapá até o Rio Grande do Norte, aguarda o licenciamento do IBAMA, que pode ocorrer ainda no primeiro trimestre deste ano. A Petrobras prevê investir US$ 2,9 bilhões na Margem Equatorial, nos próximos anos, o que representa 49% do total que será investido nas atividades de exploração. Outra área prioritária para a Petrobras, citada por Fernando Borges no evento, é o bloco Tayrona, na Colômbia.

 

O diretor explicou que a companhia encontrou gás natural no local, por meio do poço exploratório Uchuva-1, perfurado em águas profundas da Colômbia, a 32Km da costa e a 76 Km da cidade de Santa Marta, em uma lâmina dágua de aproximadamente 830 metros. A Petrobras é operadora do bloco (participação de 44,44%), em parceria com a Ecopetrol, com a participação de 55,56%.

 

RISCO AMBIENTAL

Uma reportagem da revista digital Sumaúma publicada no início de fevereiro explica que, além da margem equatorial do litoral brasileiro ainda ser pouco estudado pela ciência, trata-se de uma região riquíssima em peixes, abriga 80% dos mangues do país e suas correntes e leitos, especialmente na bacia da foz do rio Amazonas. ”É nesse ambiente de extrema sensibilidade e incertezas sobre as consequências de um acidente que a Petrobras pretende perfurar um poço em busca de petróleo, no chamado bloco 59, a 159 quilômetros da região do Oiapoque, no extremo norte da costa do Brasil”, contextualiza a reportagem.

 

De acordo com a apuração da revista, o licenciamento está perto do ponto de não retorno. Os autos do processo no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) revelam que há um antecedente da Petrobras na foz do Amazonas, onde teve um navio-sonda arrastado ao tentar uma perfuração, há 11 anos.

 

“Uma licença do Ibama basta para que um empreendimento seja iniciado, mas ao mesmo tempo o instituto tem poder limitado, já que examina estritamente o impacto direto de um projeto em sua área imediata, como se estivesse isolado do meio socioambiental mais amplo. Com frequência, é necessária uma decisão de política ambiental do governo. É por isso que o projeto da Petrobras representa um desafio direto para Lula e Marina, no momento em que prometem correr para salvar a floresta amazônica da própria degradação sem volta e depois de o presidente se comprometer, desde antes da posse, a cumprir os compromissos que preveem a substituição dos combustíveis fósseis para impedir que o aquecimento do planeta chegue a um nível catastrófico”, diz o texto da Sumaúma.

 

 


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