Quem é Plácido de Castro, o homenageado com busto e nome no quartel da PM do Amapá?
Ele foi líder na Revolução Acreana e, assim como Cabralzinho no Amapá, é considerado “herói”

Railana Pantoja
Editora-chefe
Quem já foi ao quartel do Comando-geral da Polícia Militar do Amapá (PMAP), no bairro Beirol, já deve ter visto um busto em bronze, logo na entrada do saguão, e imagina que seja do patrono da PM, Tiradentes. Mas, na verdade, o busto é uma homenagem a Plácido de Castro, que foi um líder da Revolução Acreana, e assim como Cabralzinho é considerado por alguns amapaenses um “herói”, Plácido representa o mesmo para o Acre. E o que ele teria a ver com o Amapá?
“Plácido era gaúcho, mas veio para a Amazônia no ápice da exploração da borracha; e era o começo do século 20, época em que alguns territórios brasileiros, entre eles o Amapá e o Acre, estavam em litígio internacional: o Amapá disputava com a França; e o Acre disputava com a Bolívia. E ali existiam personalidades importantes, como Plácido de Castro e vários seringueiros miseráveis, que viviam na região de fronteira. Plácido é considerado herói por ter lutado e comandado tropas brasileiras em defesa dos direitos do Brasil na disputa do Acre”, explica o professor e historiador Célio Alício.
Especula-se que houve uma confusão na hora de enviar essas obras para os territórios, e que o busto de Cabralzinho estaria no Acre. No entanto, a Polícia Militar do Acre (PMAC) esclareceu que não existe busto de Cabralzinho no quartel do Comando-geral de lá. Há um outro busto de Plácido, feito por um artista acreano, e um busto de Tiradentes.
“Eu tento correlacionar Plácido com o Amapá pelo feito dele, heróico, em defesa da fronteira brasileira aqui perto da nossa. Talvez as atitudes de heroísmo possam justificar o fato de o nome dele e busto estarem no quartel da PMAP. Mas, confesso que é realmente estranho, tendo um ‘herói’ da mesma época e com feito parecido aqui [Cabralzinho], que recebeu a principal comenda do general do Exército, na época, não ter sido o homenageado. Como historiador, fico tentado a conhecer mais e estabelecer alguma relação”, reforça Célio Alício.
Enquanto não se descobre o motivo exato do busto de Plácido parar no Amapá, e mais que isso, o acreano dar nome ao quartel do Comando-geral da PMAP sem que tenha, aparentemente, significância histórica para o estado, as especulações continuam. Resposta deve surgir com pesquisas de historiadores. Até lá, vamos aguardando e tentando encaixar Plácido de Castro na nossa história tucuju.
- Tiradentes
- Plácido de Castro
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