Apac, um jeito humanizado diferente de recuperar apenados para a sociedade
Juiz João Matos diz que modus operandi da Associação de Proteção e Assistência aos Condenados é inspirado na passagem bíblica em que Jesus diz: “Eu estava preso e não me visitastes”

Douglas Lima
Editor
Uma proposta da Igreja Católica nascida nos anos 1970, em São José dos Campos (SP), mas implantada pela primeira vez em Minas Gerais, com a expressão “Amarás a Cristo, amando o próximo’, hoje, pouco a pouco, vai chegando aos estados brasileiros, agora com o nome Associação de Proteção e Assistência aos Condenados, e a sigla Apac.
A entidade, legalmente ligada ao Sistema Prisional, funciona no Amapá em torno de um ano. Inicialmente as suas atividades eram desenvolvidas dentro do próprio Iapen. Recentemente, mudou de endereço: está na avenida Rio Grande do Norte, s/nº, bairro Pacoval.
O juiz titular da execução penal, João Matos, membro nato da Apac, falou sobre a associação, na manhã deste sábado, 13, no programa ‘Togas e Becas’ (Rádio Diário FM 90,9), de início explicando que a entidade, em seu primórdio, teve inspiração católica na passagem bíblica em que Jesus diz: “Eu estava preso e não me visitastes”, havendo logo a associação com a expressão “Amarás a Cristo, amando o próximo”.
O magistrado registrou que a forma de atuação da Apac, considerando o preso um ser humano que merece ser formado em todos os aspectos para voltar a conviver com a sociedade, tem conseguido recuperar condenados, de 85% a 100%, comparando as unidades existentes no Brasil, enquanto a recuperação no Sistema Prisional comum varia apenas de 13% a 15%.
João Matos registrou que o Sistema Prisional aos moldes da Apac já atua nos estados de Minas Gerais, Rio Grande Norte, Rondônia, Amazonas, Pará e Maranhão, além do Amapá. Em termos locais, o magistrado diz que sonha montar uma unidade da associação em Laranjal do Jari e uma Apac Feminina, em Macapá.
O entrevistado do programa Togas e Becas registrou que o Sistema Prisional da Associação de Proteção e Assistência ao Condenado, do Maranhão, é modelo não só para o Brasil, mas também para o mundo, inclusive reconhecido pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Além da vantagem essencialmente humana, segundo o juiz, o serviço executado pela Apac custa para o poder público um terço dos gastos tidos no Sistema Prisional Comum.
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