“Estou muito feliz por ter trazido essa medalha”, diz paratleta amapaense após participar do Mundial, em Paris
Wanna Brito conquistou medalha de prata no arremesso de peso em seu primeiro mundial.

Lana Caroline
Editora de Esportes
Para um atleta, ganhar uma medalha significa recompensar toda dedicação, esforço, treinamento e preparação. Essa foi a sensação que a paratleta amapaense, Wanna Brito, de 27 anos, teve ao conquistar, na última sexta-feira (14), a medalha de prata no arremesso de peso em seu primeiro mundial, que aconteceu em Paris, na França.
“É uma honra pra mim. Fico muito feliz porque trabalhamos muito. Não é só treinamento, tem muita coisa envolvida. Era pra eu ter trazido duas medalhas, mas não teve como, pois é experiência nova, clima novo e ambiente novo. Estou muito feliz por ter trazido essa medalha”, disse a paratleta.
A amapaense disputou o arremesso de peso na classe F32, para competidores com lesões encefálicas que competem sentados. Ela atingiu a marca de 6.80 metros, ficando atrás apenas da ucraniana Anastasia Moskalenko, que arremessou 7.50 metros.
O treinador da paratleta e coordenador do Centro de Referência Paralímpico Brasileiro – Macapá, Marlon Gomes, afirma que Wanna apareceu a pouco tempo no cenário internacional e isso acaba preocupando as concorrentes.
“Quem está preocupado é o pessoal lá fora e não a gente. A Wanna surgiu agora no cenário internacional e quem tem que ficar preocupadas são elas [competidoras] que já estão há muito tempo competindo. A Wanna chegou chegando e com medalha”, disse Marlon.
Além do arremesso de peso, Wanna participou do lançamento de club, mas ficou na quinta colocação. Marlon afirma que por ser seu primeiro mundial, tudo será ajustado para que a medalha venha.
“Na prova que ela perdeu, conversamos e vamos ajustar, pois o club que usamos tem uma cabeça mais chata e como ela tem paralisia cerebral, a mão dela trava na hora de lançar. O CPB levou o material oficial, mas não foi aprovado para a competição por causa do peso. Vamos nos organizar para ela ter o material oficial e treinar”, falou Marlon.
Além de Marlon como treinador, a amapaense conta com uma equipe composta por psicólogo, fisioterapeuta e nutricionista.
Wanna, recentemente, quebrou o recorde das Américas no lançamento de club e arremesso de peso no Circuito Paralímpico de Atletismo, em São Paulo (SP). A paratleta também esteve compondo a delegação brasileira no Grand Prix Marrakesh 2023, onde conquistou uma medalha de ouro e uma de prata. Atualmente, ela é a 1ª no ranking mundial do arremesso de peso e 2ª no lançamento de club em sua classe.
Wanna segue confiante para mais eventos esportivos internacionais. Antes das Olimpíadas de Paris 2023, ela ainda vai disputar o Para-Pan Americano, em Santiago, no Chile, ainda este ano, e o Mundial, no Japão, em 2024. A expectativa é que além dela, outros paratletas possam participar dos próximos eventos esportivos internacionais.
“Tenho muita fé em Deus e esse já é um caminho muito bom, além disso, estou treinando muito e vou chegar aonde eu quero. Sempre quando entro em alguma coisa, vou até o final. Vou treinar pra conseguir ouro no lançamento de club e arremesso de peso no Para-Pan, Mundial e nas Paralimpíadas”, disse Wanna.
Mesmo com todo o destaque em nível nacional e internacional, todo atleta precisa de apoio para continuar, senão, acaba indo embora do estado. Marlon afirma que apoio é sempre muito bem-vindo para incentivar e motivar o atleta.
“As empresas usam a imagem do atleta para divulgar as marcas e a Wanna está aqui. Outros empresários de fora do Amapá estão de olho nela e a gente não quer, eu não quero perder a Wanna pra outro estado. Peço que os nossos empresários que segurem ela aqui. Ela precisa de bolsa, ajudar a família dela e pra isso estamos lutando”, concluiu.
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