Cidades

Advogados ficam insatisfeitos com medida tomada pela diretoria do Iapen

Discussão sobre parlatório do Iapen solta primeira fagulha da disputa pelo posto máximo da entidade de advogados


 

Douglas Lima
Editor

 

A insatisfação de um grupo de advogados criminalistas contra a chamada e o procedimento de retirada de presos dos pavilhões do Iapen para atendimento dos advogados no parlatório do Cadeião do local, manifestada no programa ‘Togas e Becas’ (Diário FM 90,9), na manhã deste sábado, 22, acabou por expor a animosidade desse grupo de causídicos com a atual presidência da OAB-AP.

 

Uma portaria da direção do Iapen expedida dia 17 passado alterou a forma antiga de encontro de advogados com seus clientes apenados, no parlatório do Cadeião. A medida, para evitar aglomeração no local, que só tem seis guichês, entre outros pontos exige que o advogado com dois ou mais clientes converse apenas com um, tendo que se inscrever para colóquio com o outro ou outros, obedecendo à ordem da inscrição.

 

Quando os advogados Evandro Moura e Josué Monteiro abordavam o assunto no programa de rádio, chegou a informação a um dos apresentadores, Wagner Gomes, via whatsapp passado pelo presidente da OAB, de que a Portaria da direção do Iapen tinha sido revogada ontem, dia 21.

 

Evandro e Josué não demonstraram surpresa ao ter conhecimento de que a informação fora passada pelo presidente da Ordem dos Advogados. Após ler a Portaria de 21 de julho, verificaram que ela na verdade revoga apenas o artigo segundo da anterior, composta de oito artigos, e revelaram que Auriney Brito não tem relação com o grupo de whatsapp dos advogados criminalistas, ao qual chegou a pertencer, mas se desligou. Esse grupo reúne 180 profissionais de direito da área criminalista.

 

A dupla de causídicos chegou a dizer que votou em Auriney Brito para presidente da OAB-Amapá, mas está arrependida, e que pela indisposição com ele, os criminalistas procuraram o juiz titular da Execução Penal no estado, João Matos, por não acreditar no interesse da entidade de abraçar a causa do grupo de criminalistas que usam o parlatório do Iapen.

 

Em seguida, foi lembrado no programa que o mandato de Auriney, como presidente da Ordem dos Advogados do Brasil no estado Amapá, termina daqui a um ano, com direito à reeleição, e que o embate dele com os criminalistas já acusa um clima pré-eleitoral. O apresentador do Togas e Becas, Helder Carneiro, deixou claro que o titular da OAB local pode se manifestar na próxima edição do programa, sábado vindouro, dia 29.

 

Antes do assunto pré-eleitoral, ainda foi revelado que o autor da ideia, pesquisa e do projeto da Sala do Estado Maior para abrigar advogado com prisão decretada, tornada lei recentemente por ato do governador Clécio Luís, foi de Evandro Moura, e entregue ao presidente que, por sua vez, sempre deu a entender que a iniciativa fora dele mesmo, sem citar a contribuição do colega advogado.

 

No caso, Auriney Brito só teria tomado a providência de encaminhar pedido à Assembleia Legislativa para que o projeto seguisse o trâmite de praxe para a criação da Sala do Estado Maior – análise, discussão, votação e aprovação dos deputados estaduais; em seguida, encaminhamento para sanção governamental.

 

Evandro Moura e Josué Monteiro disseram que na primeira audiência que tiveram com o juiz João Matos houve bom encaminhamento sobre a questão do parlatório do Iapen, e que outra audiência está marcada quarta-feira próxima, dia 26, já com a presença não só dos advogados criminalistas, mas também da direção do Iapen, Ministério Público e outros órgãos interessados no assunto.

 


Deixe seu comentário


Publicidade