Ícone do carnaval, posto de Rei Momo segue vago no Amapá
Desde a morte de Raimundo Tavares, o Sucuriju, coroa ainda não foi repassada; processo de escolha para sucessor permanece incerto

Wallace Fonseca
Estagiário
O carnaval é a maior festa popular do Brasil. Em fevereiro mobiliza milhões de foliões. Embora a festança reúna um público geral nas ruas, os desfiles das escolas de samba protagonizam o ponto alto do carnaval, pois reúnem a paixão e a fé dos carnavalescos. No Amapá, o Rei Momo, ícone da festividade, levanta discussão acerca da ocupação de seu cargo.
O carnaval local vive um momento de incerteza. O cargo vago de Rei Momo, assim como o processo de escolha do ícone, levanta discussões no setor.
A atipicidade da situação se mantém desde a morte do último ocupante do cargo, Raimundo Tavares, o Sucuriju, que substituiu Raimundo Souza, o eterno ‘Sacaca’. A disputa pelo cargo é acirrada, porém silenciosa, e ocorre nos bastidores da Liga das Escolas de Samba do Amapá.
“Com a morte do Rei Sucuriju ficou esse espaço, e até agora não foi recuperado, ninguém sabe quem vai ser o Rei Momo, mas a gente já está vendo uma movimentação da Liga da Escolas de Samba para fazer essa eleição. Acho que neste ano teremos no carnaval um Rei Momo, e que seja uma pessoa conhecida e uma pessoa do samba”, declara o carnavalesco José Raimundo.
Substituindo improvisadamente a figura do Rei Momo, o escolhido para o cargo de Cidadão do Samba, carnavalesco Aureliano Neck, falou sobre sua atribuição: “Fiquei representando Sucuriju na temporada de carnaval, devido ao falecimento dele, que foi em fevereiro, mas creio que em 2024 a liga vai escolher alguém para substituí-lo”.
Para ser Rei Momo o candidato deve preencher alguns requisitos, como ser gordo, alegre, ter bom humor, irreverente para reinar sobre os foliões. Após ser eleito rei, o candidato receberá a coroa, o cetro e faixa para o distinguir como mestre da folia. O cargo tem validade de um ano com possibilidade de ser renovado.
“Não sei como a Liga das Escolas de Samba está conduzindo o processo, mas acho que é uma boa oportunidade para salvaguardar a memória dos nossos dois rei momos anteriores; eles que deixam um legado muito importante, esse amor ao samba, das populações negras”, diz a carnavalesca Mariana Gonçalves.
Mariana, que também é estudiosa do carnaval, opina sobre os requisitos para se tornar Rei Momo: “Acredito que temos que prover alguém para ficar no cargo, independente do seu tamanho físico; a envergadura deve ser o pertencimento ao mundo do samba e pertencimento ao mundo do carnaval para comandar a corte, que vai de escola em escola, levando mensagem positiva para os brincantes e para as comunidades carnavalescas”.
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