“É a planta do momento”, diz pesquisadora sobre uso medicinal da cannabis sativa
Margarete Kishi, mestra em psicossomática e pesquisadora do uso medicinal da cannabis, informa sobre avanços no uso da erva que, entre outras coisas, é utilizada no tratamento de doenças oncológicas e parkinson

Wallace Fonseca
Estagiário
Neste sábado, 20, comemora-se o Dia do Farmacêutico, e como parte da programação dedicada à data, serão ofertadas palestras e uma corrida de rua, domingo, 21. Entre as participações em meio à celebração está a da mestra em psicossomática, pesquisa do uso medicinal da maconha, a farmacêutica Margarete Akemi Kishi.
A especialista foi ouvida no programa ‘LuizMeloEntrevista’ (Diário FM 90,9) desta sexta-feira, 19, onde aproveitou para destacar a cannabis como “planta do momento” e “desmistificar o preconceito sobre o assunto”. Margarete, sobre o uso medicinal da maconha, informou que os benefícios da prática se dão há mais de oito mil anos. “É uma história antiga”, pontuou.
Além do uso medicinal, Margarete destacou que a planta é usada na indústria têxtil, com o cânhamo, e na criação de paredes drywall, a melhor fibra do momento, segundo ela, complementando: “No Congo, as sementes do cânhamo, que não possuem THC, são utilizadas na produção de alimentos na nutrição infantil”.
Margarete também falou dos preconceitos em torno do assunto, e ressaltou que “qualquer coisa pode causar dependência”, inclusive os medicamentos legalizados, comumente utilizados, “o que for, o que seja, traz problema”, alerta a farmacêutica. Sobre a maconha adquirida ilegalmente, Margarete afirma que é comum que estas plantas estejam contaminadas por mercúrio e chumbo.
A respeito do uso medicinal, Margarete celebrou avanços na legislação brasileira, e informou que mundo afora, desde 2005, existem medicamentos registrados com cannabis na composição, que atuam no tratamento de doenças como a esclerose e aflições oncológicas. Acerca dos pacientes do TEA no Brasil, o transtorno do espectro autista, são utilizados alguns produtos de cannabis, que “não são medicamentos”, declarou Margarete.
A pesquisadora informou que produtos de cannabis são utilizados e apresentam resultados positivos comprovados através de pesquisas clínicas, que apontam melhoras diretas de sintomas, além do aumento do bem-estar geral. “O desfecho primário é diminuir a dor, e o desfecho secundário é a melhora do entorno do paciente”, ensinou.
Ainda celebrando os dados positivos, a farmacêutica informou que os produtos de cannabis também são utilizados quando os pacientes não respondem aos demais medicamentos. “O lado positivo é maior do que o negativo, contudo, as crianças menores de cinco anos não podem fazer o uso dos produtos”, alertou.
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