“Ela ligou chorando para o marido, antes de entrar no centro cirúrgico. Parece que sabia que algo ia acontecer”, diz irmã de Dani Li

 

Elen Costa
Da Redação

 

Em entrevista exclusiva ao programa ‘LuizMeloEntrevista’ (Diário 90,9 FM) desta sexta-feira, 26, Dariane Machado, irmã da cantora Dani Li, revelou que a artista não estava tranquila e que demonstrou nervosismo e apreensão antes de realizar o procedimento estético.

 

Muito abalada e ainda sem acreditar na partida prematura da irmã, Dariane lembrou a última conversa que teve com Dani Li, e os momentos que antecederam sua entrada no centro cirúrgico da clínica em Curitiba, no Paraná.

 

“Quem estava se preparando para fazer a cirurgia era eu. A Dani sempre foi mais medrosa pra esse tipo de coisa. Mas do nada, de maneira muito rápida, me ligou dizendo que iria operar, me avisou uma semana antes de viajar. Falei com ela assim que saiu do avião, e ela me confidenciou que estava muito nervosa. Antes de entrar pra sala de cirurgia ela telefonou pro Marcelo( marido da cantora), só num choro. É como se estivesse sentindo que algo iria acontecer”, declarou.
A irmã da artista contou que não acreditava que Dani Li teria coragem de se submeter a uma cirurgia plástica. De acordo com ela, a família foi avisada da decisão, só quando a cantora já tinha fechado o negócio.

 

“Na verdade, na minha cabeça, tudo não iria passar de planos nossos. Eu não acreditei que ela fosse fazer, porque sempre foi muito medrosa e precavida pra essas coisas. Tanto é que me surpreendi quando ela falou que estava indo”, disse Dariane.

 

Ainda de acordo com ela, Dani Li fez todos os exames pré-operatórios solicitados pela médica Luciana de Freitas Silva.
“Dani sempre teve muito cuidado e medo dessas coisas. Então ela levou tudo o que foi pedido daqui. Mas o correto era ela ter refeito alguns exames, 24 horas antes do procedimento. Esse foi um dos erros graves, Dani não teve um pré-operatório, não foi internada antes. Ela chegou por volta das 10 horas e às 12h já estava no centro cirúrgico”, revelou.

 

Sobre a indicação da clínica e da profissional, Dariane contou que recebeu a indicação através de uma conhecida que morava em Macapá e que mudou para o estado do Paraná, onde trabalha como cuidadora das pacientes da cirurgiã plástica Luciana De Freitas, durante o pós-operatório. Depois, ela foi adicionada em grupos de whatsapp, onde tratavam a respeito dos procedimentos.

 

“Eu ainda perguntei se o hospital tinha uma Unidade de Tratamento Intensivo, e o que ela me disse é que seria na Maternidade de Pinhais. Pesquisei sobre, vi as estrelas que tinham, as pessoas falando bem do local, mas confesso que não me atentei para averiguar sobre a médica, o CRM dela, porque a Dani disse que tinha feito isso, mas só agora descobrimos que a clínica não tinha”.

 

Dani Li não tinha comorbidades, segundo informações de Dariane. O laudo da causa morte da cantora foi embolia pulmonar e obesidade. Contudo, o resultado é questionado pela família da artista.

 

 

“Existe uma série de questionamentos, vários pontos de interrogação para a gente tenta entender o que aconteceu. Eu não acredito em fatalidade, isso foi um erro médico, gravíssimo, de toda a equipe. Agora, ela [Luciana De Freitas] tenta impor a culpa somente ao anestesista. Só que ela era a responsável pela minha irmã, era o nome dela que tava em jogo, se viu que a minha irmã tava passando mal, por que não parou o procedimento? Por que permitiu que fizessem mais uma sedação na Dani?”, questionou Dariane, referindo-se a um áudio de Luciana de Freitas, adquirido pelo Dário do Amapá, no qual a médica garante que a artista não teve complicação na cirurgia, e sim uma depressão respiratória da sedação anestésica.

 

Outros dois áudios, do anestesista e de uma mulher identificada apenas como ‘Lili’, que seria uma espécie de agenciadora de paciente para a médica, mostram que ao iniciar o procedimento, segundo eles, Dani teve complicações e foi entubada ainda na clínica e, somente horas depois, foi levada para a UTI de um hospital, desacordada.

 

“O que a gente percebe é que todos querem se eximir da culpa, mas acredito que mentiram em relação a ter UTI na clínica. Acho que nem oxigênio tinha e eles demoraram muito a transferí-la para um local adequado”, suspeitou a irmã da cantora.

 

Realização pessoal

Antes de finalizar, Dariane expôs que a cirurgia plástica era uma realização pessoal de Dani Li. Os seios grandes incomodavam a artista e estavam afetando a saúde dela.
“Não era apenas uma questão estética, pois ela conseguia disfarçar nas roupas. O fato é que minha irmã sentia muitas dores nas costas, na coluna”, explicou.

 

O corpo de Dani Li chega ao Amapá por volta das 14h desta sexta-feira, 26. O velório acontecerá a partir das 18h na Câmara Municipal de Macapá, aberto a todos.

 

“O fato de morarmos longe não fará com que a gente deixe o caso cair no esquecimento, ou na conformidade. Enquanto eu estiver viva, eu não vou desistir de lutar por justiça. Eles têm que pagar o que fizeram com a minha irmã, para que não façam com outras pessoas, porque o que estamos sentindo é uma dor insuportável, que eu não desejo pra ninguém. Quero agradecer o carinho das pessoas pela minha irmã, aquelas que não estão medindo esforços para nos ajudar, nos dar apoio. É tanta gente, e isso nos conforta em parte, porque nos mostra o quanto a Dani era amada e querida nesse estado, pessoas que nem imaginávamos, sendo solidárias com a gente”, finalizou.

 

 

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